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Televisão

Ator da Globo se demite de cargo público no Rio após site citar 'funcionários fantasma'

Protagonista de 'Cara e Coragem', Marcelo Serrado era diretor artístico da Cidade das Artes, complexo cultural da prefeitura; 'Saí porque não consegui conciliar com a TV'

Marcelo Serrado pediu para ser exonerado do cargo que ocupava na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, após um ano e dez meses na função - Sergio Zalis/Globo
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Rio de Janeiro

Uma semana após a publicação de uma reportagem que denunciava a existência de um grupo de funcionários fantasma na Cidade das Artes, no Rio, o ator Marcelo Serrado, diretor artístico do complexo cultural, pediu a exoneração do cargo. Seu afastamento foi publicado no Diário Oficial do Município, na última terça-feira (13).

A reportagem foi publicada no dia 6 de setembro no site da BandNews, e não cita Marcelo, que atualmente é o protagonista da novela "Cara e Coragem" (Globo), ao lado de Paolla Oliveira. Serrado ocupava o cargo há um ano e nove meses e, segundo o F5 apurou, recebia um salário mensal de cerca de R$ 8.000.

O artista atuava como gestor do complexo desde 1 de janeiro de 2021, quando o atual quadro do governo municipal tomou posse no Rio. Em entrevista ao F5, ele diz que decidiu se afastar do cargo por não estar conseguindo conciliar com sua agenda na TV, e afirma que desde o início havia acertado que iria trabalhar "uma ou duas vezes por semana".

Marcelo foi indicado por Daniela Maia, então presidente da Riotur, empresa de turismo do município do Rio. Daniela namorava o irmão do ator, Alexandre Serrado, e é filha do ex-prefeito Cesar Maia, autor do projeto do centro cultural de 97 mil metros quadrados, na Barra da Tijuca.

Inaugurada em 2013, a Cidade das Artes levou dez anos para ser construída e suas obras custaram R$ 560 milhões aos cofres públicos cariocas -sete vezes mais que o valor do projeto inicial, apresentado por Maia em 2002.

Você ocupa o cargo de diretor artístico da Cidade das Artes desde janeiro de 2021. Por que decidiu se afastar agora?
Saí por uma questão pessoal. Eu estava tentando sair há um tempo já, foi mais uma coisa mesmo de não estar conseguindo conciliar tudo. Não tem nada a ver com isso que foi publicado. Essa coisa de consultoria, diretor artistico, o [Miguel] Falabella já fez, o Domingos de Oliveira também, lembra?

Como era o seu trabalho? O meu combinado com eles desde o início era ir uma ou duas vezes por semana. Era tranquilo, mas agora eu já não estava conseguindo ir nunca. Achei que daria para conciliar mas agora com a novela ficou difícil. Não dava mais, por isso pedi para ser exonerado.

Era do conhecimento da Globo que você trabalhava para a prefeitura sendo contratado da emissora? Não há uma regra interna que proíbe isso? Zero! Quando comecei lá, contei para eles, sempre fui transparente. Eu só aceitei porque quando o Cesar Maia foi prefeito, nomeou o Falabella, e com ele também não tinha essa coisa de ir todos os dias. (Procurada pelo F5, a assessoria da Globo disse que não "não teria retorno a tempo" da publicação desta reportagem).

O fato de o seu irmão ser o namorado da Daniela Maia, então presidente da Riotur, órgão responsável pela Cidade da Música, foi uma coincidência? Olha, aí você está indo para um outro lado. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Ela me chamou como gestor, a Dani me conhece há anos, se não fosse eu, seria outra pessoa [a ocupar o cargo].

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