Primeiros encontros são sempre desconfortáveis, mas podem ficar ainda mais com um time de humoristas comentando todas as ações em tempo real. Essa é a premissa de “Dating No Filter”, programa do E! que acompanha os primeiros encontros de casais com comentaristas hilários. 

Um deles é Nina Parker, que em entrevista à Folha, afirma que o programa é mais do que apenas risadas. "É algo que nos permite ver as pessoas sendo humanas, assistir aos problemas do primeiro encontro e se divertir", diz a humorista. "Primeiros encontros podem ser desajeitados e estranhos, e essa é uma oportunidade de colocar diversão nisso, algo para as pessoas assistirem e se divertirem [...] Qualquer um consegue se identificar", completa.

Ela diz que se sente bastante confortável, especialmente por ver representatividade no programa. "Sou uma pessoa de cor, afro-americana, e é muito importante ver eu mesma representada na televisão. Acho que por muito tempo vimos um único tipo de pessoa representado na TV e o legal de ‘Dating no Filter’ é que os comediantes são diversificados, os solteiros são diversos".

"Você tem pessoas da comunidade LGBT e praticamente todo mundo representado. [...] Quando as pessoas assistirem vão poder ver uma pessoa como elas na TV, e acho que isso é muito importante", completa.

O programa é exibido às quartas-feiras, às 21h, e conta com 22 episódios independentes –até agora, o E! já exibiu sete, com reprises dos demais episódios entre as segundas e sextas-feiras.  Além de Parker, participam como comentaristas os comediantes Ben Bizuneh, Cara Connors, Rocky Dale Davis, Kelsey Darragh, Ben Evans e Zach Towers. Para ela, todo o time tem piadas rápidas e a edição do programa inclui os melhores comentários. 

Apesar deles não terem filtro, como sugere o nome do programa, e usarem de uma “honestidade brutal”, Parker indica que os solteiros participantes devam sim pensar antes de falar nos encontros. "No primeiro encontro você deve ter um filtro, dependendo de com quem você está falando, mas sou comediante e não tenho filtros”, brinca. "Se você quer se dar bem com uma pessoa que acabou de conhecer, você deve ter um filtro sensível. Mas não tanto, se não você não se divertirá no encontro."

Ela diz que não existe um padrão para o esquisito, mas que é bom evitar falar sobre ex-namorados quando se conhece alguém novo, por exemplo. Além disso, indica que os solteiros sempre tenham uma conversa em mente para evitar os silêncios constrangedores, e diz que é importante ser espontâneo.

"Se vocês têm plano de jantar, talvez possam fazer algo divertido depois. Eu diria para não ter uma agenda e ser mente aberta –às vezes, a pessoa já tem um tipo [de pessoa que gosta], mas os opostos se atraem. [...] Muitas vezes, as pessoas te surpreendem", diz Parker.

Para ela, é possível, sim, encontrar o amor de sua vida em poucos encontros. "Depende da pessoa, do momento de sua vida e da química que vocês têm. Mas definitivamente dá para encontrar." No entanto, ela diz que não gostaria de participar, pois acredita que os espectadores zombariam das suas esquisitices.

"Não gostaria que as pessoas vissem quão estranha eu sou. Acho que os solteiros são muito corajosos de ir a um primeiro encontro com câmeras. Eu já sou muito estranha por mim mesma, então não gostaria de colocar isso numa tela. [...] Eu passaria o encontro inteiro me batendo nas mesas e sendo engraçada."