Televisão

Julia Dalavia chama sua personagem de heroína e afirma ser mais comum homens nesse papel

Atriz fará refugiada síria em 'Órfãos da Terra', nova novela da Globo

Julia Dalavia, como Laila, em "Órfãos da Terra"
Julia Dalavia, como Laila, em "Órfãos da Terra" - Globo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

​Cinco anos após sua primeira aparição na TV, Julia Dalavia, 21, vai interpretar a primeira protagonista da carreira. Ela será a refugiada Laila, em “Órfãos da Terra” (Globo), que substitui “Espelho da Vida” na faixa das 18h, a partir do dia 2 de abril.

A atriz afirma estar encantada com o papel: “Laila é uma mulher num lugar muito forte de heroína. Esses papéis geralmente são dados a homens. Essa coisa do herói, de enfrentar situações, de se salvar e salvar todo mundo... É muito legal ver mulheres ultimamente recebendo esses papéis, ocupando esse lugar importantíssimo”.
 
Na trama de Thelma Guedes e Duca Rachid, Laila é uma refugiada síria, arrojada, decidida e com muita personalidade. Ela vê a vida ruir quando sua casa é destruída em um bombardeio. No campo de refugiados, no Líbano, se apaixona à primeira vista por Jamil (Renato Góes). O sentimento é recíproco, mas eles enfrentam obstáculos para viver esse amor. O maior deles é o sheik Aziz Abdallah (Herson Capri), que nutre por Laila uma verdadeira obsessão.

 

“O Renato é incrível, dedicado e estudioso. A coisa funciona quando a gente vê um outro ator com a mesma dedicação, com a mesma vontade de fazer, sendo tocado da mesma forma que a gente. Cada um traz uma coisa, uma história, uma informação. Nós enriquecemos o trabalho um do outro e assim fica bem legal trabalhar.”
 
Esta não é a primeira vez que Dalavia faz um par romântico com Góes. Eles interpretaram o casal Santo e Tereza na primeira fase da novela “Velho Chico” (Globo, 2016). Na série “Os Dias Eram Assim”, exibida pela casa em 2017, foram os cunhados Nanda e Renato. 
 
Nesta última trama, a personagem de Dalavia travou uma longa batalha contra o vírus da Aids, e acabou morrendo. Público e crítica elogiaram a atuação da atriz, especialmente na cena em que Nanda conta para a mãe que tem a doença.
 
A intérprete de Laila, no entanto, diz que não se sente pressionada para conseguir o mesmo desempenho agora. “É claro que às vezes bate uma insegurança, um medo, uma ansiedade, mas eu gosto de trocar isso com meus colegas e família. Eles me dão força. É um trabalho muito mais profundo do que a expectativa de um resultado.”

BRASIL X SÍRIA


Mergulhada na cultura síria por conta da personagem, Julia Dalavia compara a tradição do país árabe com a do Brasil e diz não ser possível colocar o Brasil num patamar superior quando se trata de machismo. “Ele se manifesta de uma forma diferente aqui. Para mim, é importante ver a mulher nesse lugar de força e de voz.”

A atriz revela que uma das referências para a construção de sua personagem foi o livro “A Esperança Mais Forte Que o Mar”, escrito por Melissa Fleming. A obra conta a trajetória de Doaa Al Zamel, uma jovem síria que sobreviveu a um naufrágio sofrido quando tentava chegar à Europa, salvando ainda uma criança confiada a ela.

“A gente vê que a mulher tem uma força incrível e, quando coloca a família embaixo do braço, pode atravessar mares e oceanos. E é isso que a gente está precisando. Da voz dessas mulheres”, acrescenta. 

Outra inspiração foi a refugiada síria Tülin Hashemi, 25, que veio para o Brasil há três anos, fugindo da guerra e hoje faz astronomia na UFRJ (Universidade Federal do Rio). “É super carioca hoje em dia”, afirma Dalavia. 

“Ela me disse que sempre teve uma cabeça muito aberta e por isso conflitava com os costumes e as leis do país dela. Ela já nasceu com uma cabeça diferente e não conseguia se encaixar no tradicionalismo da família. Quando veio para o Brasil, viu um mundo novo com o qual se identificava, com outro tipo de liberdade.”

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem