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Em 'Orgulho e Paixão', Gabriela Duarte fala da evolução de sua 1ª vilã: Chegou na hora certa

Julieta deve passar por mudança na reta final da trama das seis

Gabriela Duarte caracterizada como Julieta para "Orgulho e Paixão", ao lado de Marcelo Faria
Gabriela Duarte caracterizada como Julieta para "Orgulho e Paixão", ao lado de Marcelo Faria - Globo/João Miguel Júnior
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Cris Veronez
Rio de Janeiro

Mais intensa e madura, Gabriela Duarte diz que sua personagem de “Orgulho e Paixão”, trama das seis da Globo, chegou na hora certa. Com um passado marcado por violências e traumas, Julieta ganhará um novo respiro nos próximos capítulos da novela, que acaba em 24 de setembro.

A mudança no visual da Rainha do Café será discreta, mas vem como símbolo de uma transformação conquistada por meio do amor que ela descobriu sentir por Aurélio.

“Julieta passou a enxergar o mundo sob outra ótica. Soube conter a autodestruição e o estrago que estava causando ao seu redor. Acho bonito. É uma transformação muito interessante e inspiradora”, afirma Gabriela Duarte.

Julieta começa a trama como uma mulher dura, vaidosa e de personalidade forte. Fica viúva muito jovem e precisa assumir as dívidas do marido. Com grande faro para os negócios, transforma seus encargos em um império e é chamada por todos de Rainha do Café. Se por um lado é influente e respeitada, por outro guarda um segredo e uma dor muito grande: seu filho, que criou sozinha, é fruto do estupro que sofreu do marido. A relação dos dois sempre foi difícil por conta dos bloqueios emocionais da mãe.

A cena em que Camilo (Maurício Destri) descobre sua origem foi ao ar recentemente e emocionou o público. O jovem se passou por um padre dentro do confessionário e ouviu as revelações da mãe sobre o passado. “Nessa relação de mãe e filho, eles não conseguiam se encontrar. Era uma relação doente, sem transparência, que conseguiu ser resgatada. Ele acabou descobrindo a verdade da pior forma possível”, comenta Gabriela.

Sobre a parceria com o companheiro de cena, a atriz afirma: “Ele é um cara realmente muito especial e disponível. Maurício é muito de verdade. Tem muita gente dessa geração que faz a novela pensando em conseguir outros trabalhos. Ele não. É uma inspiração.”

Encontrar a dureza característica de Julieta foi a grande questão do trabalho da atriz. “Mas o que o ator gosta mesmo de fazer é buscar o que ele não tem”, ressalta Gabriela.

30 ANOS DE CARREIRA

Primeira vilã dos seus 30 anos de carreira, a personagem Julieta surgiu em um momento crucial para que Gabriela Duarte colocasse toda a sua intensidade, maturidade pessoal e profissional para fora. “Ela veio em uma hora em que eu estava vivendo coisas muito fortes. A maternidade muda tanto a gente, dá experiência, um olhar novo. Fora isso, teve uma questão profissional de querer me colocar mais à prova em relação ao que o público esperava de mim”, conta.

Casada com o fotógrafo Jairo Goldfuss, ela é mãe de Manoela, 12 anos, e Frederico, 6 anos. Os dois anos em que morou em Nova York com a família também contribuíram para o seu amadurecimento sua última aparição em uma novela havia sido em 2016, em “A Lei do Amor”, de Walcyr Carrasco. 

“Tivemos uma proposta profissional para o meu marido que era interessante e eu estava em um momento de querer puxar o freio de mão em vários aspectos. Foi uma oportunidade de olhar mais para mim mesma como atriz, pessoa, mulher e também para proporcionar uma experiência aos meus filhos diferente do que eles estavam acostumados. Foi enriquecedor”, conta.

Quando terminar de gravar “Orgulho e Paixão”, Gabriela pretende se dedicar ao teatro. Sobre um novo trabalho com a mãe, Regina Duarte, ela não tem previsão. Mas afirma que o público pede bastante.

MIMADA MARIA EDUARDA

A estreia de Gabriela Duarte na TV foi em 1989, na minissérie “Colônia Cecília” (Band). No mesmo ano, atuou na novela “Top Model” (Globo). Em 1997, conquistou grande projeção com a mimada Eduarda, de “Por Amor” (Globo). O papel gerou controvérsias, polêmicas e rendeu à atriz a alcunha de chata por muito tempo.

“Maria Eduarda teve uma repercussão grande. Eu ainda não tinha um histórico, o público não me conhecia direito e acreditou que eu era aquilo de verdade. A TV faz isso, né?”

A redenção veio anos depois, em 2010, na novela “Passione” (Globo). Com o papel da cômica, ciumenta e ninfomaníaca Jéssica, ela conquistou elogios da crítica e do público.

“Acho que Jéssica e Julieta foram duas personagens icônicas da minha carreira de formas diferentes. A Jéssica me trouxe uma leveza e muita diversão. Trabalhar com Bruno [Gagliasso] e Irene [Ravache] era demais. A Julieta é um divisor de águas no quesito mais dramático”, avalia a atriz.

Apesar de Julieta ter iniciado a novela como uma mulher dura e radical, seu drama de vida também foi bastante explorado na trama. Diferentemente de Eduarda, a atual personagem foi entendida com mais facilidade pelo público, segundo Gabriela. “As pessoas já sabem quem eu sou e me veem em outro momento. Julieta tem muitas camadas e isso contribuiu. Mesmo sendo vilã, o outro lado dela era mostrado também.”
 

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