Em nova temporada, Homer é vaiado por piada clichê e brinca sobre perder audiência para Netflix
Animação recupera fôlego com humor afiado e encara debates atuais
Com a estreia da sua 29ª temporada, que ocorre nesta segunda (21), às 22h no canal Fox, "Os Simpsons" alcança finalmente o posto de série mais longeva da televisão, com 636 episódios.
Televisionada pela primeira vez em 1989, a animação beira os 30 anos repetindo sua fórmula do sucesso: um misto de humor meio ácido, meio pastelão, com referências que vão do pop ao cult. Lutando contra a ameaça dos serviços de TV on demand (versus TV a cabo), a série faz autorreferências o tempo todo e provoca a concorrência sem receio.
"É por isso que estou perdendo audiência para a Netflix", diz Homer, após ser vaiado por uma piada clichê, em cena de um dos novos episódios.
O primeiro episódio da nova safra alfineta "Game of Thrones", "O Senhor dos Anéis" e outros hits medievais, usando o feudalismo como pano de fundo para escancarar os absurdos do sistema atual. Críticas finas são entremeadas por piadas óbvias, que no fim cumprem seu papel: preencher os enredos prolixos, mas sempre bem arrematados.
A trama seguinte se posiciona com firmeza acerca de um dos debates mais quentes (e inevitáveis) da atualidade: igualdade de gênero na indústria do entretenimento. A celebridade homenageada da vez é a cartunista Alison Bechdel, criadora do teste de Bechdel –um conjunto de diretrizes que mede o nível de machismo em produtos culturais.
No capítulo, Lisa vira cartunista e aprofunda sua relação com Marge. Mãe e filha protagonizam o episódio e os personagens masculinos são colocados em segundo plano, cumprindo uma das regras do teste de Bechdel.
Com conteúdo criterioso e atualizado, a série animada recupera fôlego, mantém autenticidade e mostra que ainda tem chão pela frente.
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