Declaradamente feminista, a atriz Débora Nascimento acha um absurdo que as mulheres ainda tenham que lutar por igualdade nos dias atuais.

“Falam que a mulher nunca vai ser igual ao homem. Não queremos ser iguais, os direitos que têm de ser iguais. Não tem nem questionamento sobre isso. Não é uma questão, é um ponto que tem que ser organizado”, disse a atriz, em entrevista ao “F5”.

Protagonista de “Êta Mundo Bom”, Débora tem vivido de perto a realidade de uma mulher em um tempo em que a igualdade estava mais distante ainda.

Sua personagem, Filomena, sofre preconceito por ter perdido a virgindade sem ter casado. Por mais antiquada que a situação possa parecer para os dias atuais, ainda há telespectadoras de mais idade que se identificam com a situação de Filó.

"Algumas senhoras vem conversar comigo e falam como a Filomena lembra a vida delas quando eram mais novas e como isso era difícil essa coisa da aceitação da sociedade, da mulher ser submissa e ter que casar virgem", afirma Débora.

"Hoje em dia, as pessoas veem esse personagem e rola um conflito do tipo, por que ela tá sofrendo tanto pelo outro? Na época, uma se uma mulher perdesse a virgindade e não casasse, ela era tratada como perdida. Ela mesma sentia vergonha de si mesma. Exatamente por isso que ela não fica com o Candinho [Sérgio Guizé]."

Para Débora, Candinho continua sendo o grande amor de Filó, mesmo que ela vá se distanciando cada vez mais da moça caipira e se tornando uma mulher urbana e cosmopolita.

“Ela mantém a esperança, mas começa a ficar com dúvidas e aprendendo que na cidade grande as coisas são diferentes e que as pessoas às vezes não cumprem a palavra, mas ela ainda se apega na esperança de que tudo vai ficar bem. Ela fica cada vez menos ingênua, mais vaidosa e prestando um pouco mais atenção no que está acontecendo”, disse a protagonista.