Comic Con

'O Auto da Compadecida' será reprisada pela 1ª vez na Globo a partir do dia 7 de janeiro

Selton Mello e o diretor Guel Arraes falaram sobre a produção na CCXP

Matheus Nachtergale e Selton Mello em cena da série "Auto da Compadecida"
Matheus Nachtergale e Selton Mello em cena da série "Auto da Compadecida" - Divulgação
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São Paulo

As aventuras de João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello) vão voltar à tela da Globo. A minissérie "O Auto da Compadecida" (1999) será reprisada pela primeira vez, a partir do dia 7 de janeiro, na emissora, exibida depois de “Amor de Mãe”. Antes, no fim de dezembro, os quatro episódios da produção, baseada na peça teatral homônima de Ariano Suassuna (1927-2014), estarão disponíveis para os assinantes do GloboPlay.

O anúncio foi feito por Selton Mello neste domingo (8) na CCXP (Comic Con Experience 2019), evento de cultura pop que acontece em São Paulo. No fim de novembro, a atriz Virginia Cavendish já tinha revelado por meio de suas redes sociais que a minissérie seria reprisada.

Também presente na CCXP, o diretor Guel Arraes contou que a reexibição da minissérie conta com algumas novidades. Um delas é que todo o material foi remasterizado, o que significa que visualmente foram tirados arranhões e a imagem ganhou mais brilho. Os efeitos especiais também foram refeitos, especialmente, os que mostram o céu do julgamento. Além disso, foi produzida uma abertura nova, que foi apresentada pela primeira vez no evento. 

"É muito doido. O negócio está pronto há 20 anos, e você entra lá e faz de novo uma parte. Isso foi muito bacana. É uma obra que não termina, de certa maneira", disse Arraes. 

Mello afirmou que Chicó é o personagem mais popular que ele já fez, maior até do que outros trabalhos que ele fez em novelas. "Eu não dou um passo em nenhum lugar do Brasil, que não chegue alguém, não interessa a idade, a classe social, que não venha falar de Chicó. Há 20 anos, Chicó é o contato do público comigo."

O ator completou que acha ótimo que novas gerações vão poder conhecer esse trabalho e destacou a importância da reprise da minissérie, que tem uma hora a mais que o filme "O Auto da Compadecida", longa que surgiu em 2000, um ano depois da produção para a televisão. 

"Essa uma hora a mais que tem na minissérie eu já não lembro mais o que é que tem. Eu só lembro que tinha um gato que descome dinheiro. O resto não lembro mais nada, porque a gente se acostumou nesses 20 anos a ver o filme. O que eu acho muito bonito é que a gente vai inaugurar uma nova geração de fanáticos pelo 'O Auto da Compadecida'", afirmou o ator.

Ele, então, pediu para o público falar o bordão do Chicó: "Não sei, só sei que foi assim", gritou a plateia. 

Nascido no interior de Minas e criado em São Paulo, Selton Mello disse que só entendeu como tinha que fazer o sertanejo Chicó, quando pisou em Cabaceiras, na Paraíba, onde foi gravada a minissérie. "Eu e o Matheus sempre falamos isso, que foi quando a gente pisou lá, que a gente começou a ouvir as pessoas falando, o humor delas, a vivacidade delas, ali que a gente entendeu como fazer esses personagens", contou. 

Para Arraes e Mello, a reprise da minissérie neste momento do Brasil vai cair em um bom momento. O diretor afirmou que 'O Auto da Compadecida' é um painel popular do Brasil e pode chamar a atenção de políticos, artistas e empresários para as necessidade do povo brasileiro e nordestino que, apesar de ser desassistido, é "esperto, safo e consegue se divertir, ter humor". "É uma comédia onde os personagens estão sempre atrás de comida. O que eles querem? A coisa mais básica do mundo: comer. E, no entanto, é  muito engraçado. "

No fim, Mello perguntou se tinha alguém de cosplay de João Grilo ou Chicó. "Valoriza-se muito pouco a cultura brasileira", disse ele, arrancando aplausos da plateia. Não tinha, mas havia uma pessoa com um cartaz da minissérie, e ele prometeu fazer uma foto com o fã. 

Em quatro episódios, "O Auto da Compadecida" conta as aventuras de João Grilo e Chicó, quando no início da década de 1930, eles vão para Taperoá, no sertão da Paraíba. Lá, eles passam a trabalhar e morar com o padeiro Eurico (Diego Vilela). Chicó se torna um dos muitos amantes de Dora (Denise Fraga), a mulher do padeiro.

Rosinha, papel de  Cavendish, é filha de Antônio Morais (Paulo Goulart), um tradicional latifundiário que quer ver a jovem casada com um homem valente e rico. Mas ela se apaixona por Chicó, que não tem dinheiro. João Grilo, porém, vai armar um plano para eles casarem. 

Em 2000, a minissérie foi editada, virou filme e foi para os cinemas, atraindo mais de 2 milhões de espectadores.

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