Comic Con

'Shippados' é uma série de anti-heróis, de pessoas fracassadas, diz Tatá Werneck

'Toda vez que eu rio sai muito resíduo do meu assoalho pélvico', brinca

Elenco de 'Shippados' na CCXP
Elenco de 'Shippados' na CCXP - Fabio Rocha/Divulgação
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Sidney Gonçalves do Carmo
São Paulo

Escrita por Alexandre Machado e Fernanda Young, “Shippados” é a nova série de humor da Globo produzida exclusivamente para GloboPlay com Tatá Werneck e Eduardo Sterblitch como protagonistas. Com previsão de estreia para o primeiro semestre de 2019, a sitcom tem ainda no elenco Clarice Falcão, Luis Lobianco, Júlia Rabello e Rafael Quiroga.

Em “Shippados”, Rita (Tatá Werneck) é uma funcionária de um supermercado que está sempre em busca de um namorado através de um aplicativo de relacionamentos. Depois de um encontro ruim, ela conhece Enzo (Eduardo Sterblitch) e os dois descobrem que têm muitas coisas em comum, como o azar no amor.

“O que surge no amor [aplicativos de relacionamento] faz parte da trama atual sem excluir o assunto que é o conflito, ciúmes, possessividade. São justamente esses recursos virtuais que são mais risíveis do que nunca. Graças a Deus, sou uma jovem senhora e não tenho acesso a essa palhaçada, porque do jeito que sou ciumenta, possessiva e agressiva, ia dar merda”, afirma Fernanda Young, autora da série durante painel da Comic Con.

“A ideia da série veio por causa das nossas filhas mais velhas, as gêmeas de 18 anos. Eu gosto muito do assunto dos casais e do amor, e na minha literatura já tem isso. Na comédia, o casal deve ser dramaturgicamente risível porque o amor é engraçado”, completa.

Young também comentou o paralelo da nova série com “Os Normais”, exibido entre 2001 e 2003 na Globo. “Nos ‘Shippados’ são pessoas loucas, que são normais na vida. Já em ‘Os Normais’ eram pessoas normais que eram loucas.” A autora também revelou que gostaria de ter feito uma trilogia da sitcom para o cinema e que “Os Normais” sempre será uma referência.

A atriz Tatá Werneck também comentou sobre a mudança dos relacionamentos da época de “Os Normais” para os dias atuais. “A gente descobre a traição com mais facilidade hoje por causa das redes sociais”, diz Tatá.

“Antigamente era o beijo do colarinho, o cheiro, hoje em dia a pessoa tem o iPad sincronizado com o celular da pessoa e a pessoa recebe a mensagem. As pessoas transam mais, tem mais liberdade sexual. Não sei se é com qualidade, mas transam mais, não sei se melhor”, afirma Sterblitch. “Tem mais facilidade de encontrar parceiros que tenham essa afinidade de penetração”, completa Tatá.

Na série, diz Sterblitch, eles tentam conseguir parceiros via aplicativo de encontros e nunca dá certo. “Os personagens são muito autênticos, mas não conseguem se dar o direito com outras pessoas. Depois de um fracasso, eles resolvem processar o aplicativo juntos, porque os encontros deles não dão certo.”

Tatá Werneck disse ainda que Rita é uma youtuber, que divide suas frustrações e angústias na internet. “Ela tem uma relação conturbada com a mãe. O pai dela sumiu e abandonou ela há anos. A Rita vai moldando a personalidade dela em função disso.

A escritora Fernanda Young contou que a trama da primeira temporada está centrada também na história de Rita —uma busca do pai que foi embora. “A mãe alega que ele foi embora porque Rita tossia muito. E essa é a premissa da trama da primeira temporada. E é verídica. Quando meu pai foi embora, minha avó disse que meu pai havia ido embora porque eu tossia muito.”

Young também revelou que o casal interpretado por Clarice Falcão e Luis Lobianco aparecem na série o tempo todo nus. “A gente mostra a nudez real. Nossa realidade, com corpo real. Não é uma nudez Marina Ruy Barbosa”, brinca Tatá.

“Acho que a série vai atrair tanto o público jovem, que é o das séries, da internet e das mídias de todas as ordens, mas tem uma doçura e uma afetividade real concretizada nessas duplas, principalmente na de Enzo e Rita, porque é extremamente verdadeiro. A comédia tem ideologia, não é só gargalhada, há uma intenção por detrás quando a gente escreve”, diz Young.

“Não é uma série de heróis, mas de anti-heróis, de pessoas fracassadas”, completa Tatá Werneck. A diretor Patrícia Pedrosa afirmou que o elenco todo tem a característica de fluidez com o texto. “Nossa maior preocupação é mantê-lo. Todos os casais têm o improviso.” Ela disse ainda que está tentando achar uma maneira de controlar os atores e recorda de uma cena em que, de tanto rir, Tatá acabou “toda mijada”.

“Todo vez que eu rio sai muito resíduo do ‘meu assoalho pélvico’ durante a gravação. E vou deixando os rastros”, brinca Tatá.

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