Criolo faz show em realidade estendida e diz que país vive 'momento fúnebre'
Cantor completa dez anos do lançamento de 'Nó Na Orelha', álbum que o projetou
Cantor completa dez anos do lançamento de 'Nó Na Orelha', álbum que o projetou
Faz dez anos que Criolo, 45, declarou a plenos pulmões que "não existe amor em SP". A música faz parte de "Nó Na Orelha" (2011), álbum que o projetou fora da quebrada. Uma década depois, com uma carreira consagrada —que ele ainda chama de "micro"—, o cantor se prepara para homenagear a cidade de outra forma.
Neste sábado (23), às vésperas do aniversário da capital paulista, ele lança o primeiro show em realidade estendida do Brasil. A apresentação, dirigida por Denis Cisma e Tito Sabatini, deve contar com hits de toda a carreira e com os mais novos singles —"Sistema Obtuso", parceria com o duo Tropkillaz lançada em dezembro, e "Fellini", faixa produzida por Neguim e Deekapz que chegou às plataformas no começo do ano. Mas é o formato que promete surpreender os fãs.
"Minha nossa!", suspira o cantor ao F5 quando perguntado sobre o assunto. "É difícil de explicar sem dar spoilers", diz, em tom de brincadeira. Ele adianta que, enquanto estará em um estúdio, cada música será apresentada com uma ambientação diferente, em que o que tem de verdadeiro ao redor vai se misturar ao que foi criado por artistas visuais. Não só isso, mas ele pode interagir com o cenário, como se estivesse dentro de um game.
Ele diz estar particularmente feliz de ter contado com uma equipe técnica brasileira para desenvolver todo o projeto. "Está muito especial, estou muito orgulhoso porque é uma celebração da vida e do potencial do nosso povo", afirma. Até agora, a novidade só foi testada ao vivo no exterior, por astros vanguardistas como o canadense The Weeknd.
O próprio Criolo já brincou com as possibilidades da realidade estendida no clipe de "Sistema Obtuso", mas agora toda a performance vai ocorrer enquanto os espectadores veem. Ele tem ensaiado e acompanhado as reuniões com a equipe que desenvolve cada ambientação para que tudo saia como planejado.
O músico diz que sua participação na criação do conceito visual do show foi servir de inspiração. "A minha contribuição veio pela música. Num segundo momento, fizemos uma troca de impressões."
Agora, se a apresentação vai esbanjar tecnologia, não faltará ternura nem interação com o público. "A tecnologia tem que ser suporte para a afetividade", afirma o cantor, que diz ainda não imaginar um futuro em que não haja shows presenciais. "Nada substitui a presença do público, pode inventar o que quiser."
Mesmo assim, o cantor teve como um de seus refúgios durante a pandemia a Criolo TV, canal que criou em junho de 2020 no Twitch, plataforma de transmissões ao vivo de vídeo, muito usada por gamers. Além de cantar, conversar e ler versos, ele a usa para interagir com fãs, com quem diz também aprender muito, de novas tendências a física quântica. "Eu costumo chamar de nosso oásis digital", comenta.
E não é só a pandemia que o preocupa, mas também o "momento fúnebre" pelo que passa o país. Em "Fellini", por exemplo, trata de temas como censura e extermínio cultural, que ele acredita estar muito em voga. "A arte sempre foi caçada, mas agora está ainda mais", diz. "Vivemos o momento mais fúnebre do país."
Ainda assim, Criolo afirma que não quer "afogar os nazis", como sugere a letra da música. Ele diz se identificar mais com o verso seguinte, em que diz "não ser violento nem querer ser". "Não adianta, a saída é mesmo a educação", diz o filho de uma professora, dona Vilani, de quem costuma ler poemas nas lives.
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