Marcelo Falcão lança disco solo e não descarta retorno de O Rappa 'ao estilo Los Hermanos'
Cantor ficou 25 anos à frente da banda de rock e agora apresenta 'Viver'
Cantor ficou 25 anos à frente da banda de rock e agora apresenta 'Viver'
Depois de permanecer por 25 anos como vocalista da banda de rock O Rappa, Marcelo Falcão, 46, agora se prepara para dar início à turnê "Viver", no próximo dia 23 de agosto, no Espaço das Américas, em São Paulo. A turnê leva o mesmo nome de seu primeiro disco solo.
"São Paulo representa tudo na minha história, foi essa cidade que me deu o maior abraço na época de O Rappa para a aceitação dela em nível nacional. Preparei um showzaço irado, cheio de parafernálias, umas loucuras estéticas e visuais para mostrar a força da minha nova banda", comenta Falcão.
Ele afirma que além das músicas do primeiro álbum também vai tocar canções da antiga banda formada em 1992. "As pessoas vão ouvir os grandes sucessos da minha trajetória. Se sou conhecido é por causa da banda O Rappa e é justo que os fãs tenham esse saudosismo", revela.
Apesar de o momento estar todo voltado para a nova fase, Falcão afirma que não é possível descartar por completo seu retorno para o O Rappa. "Se eles voltarem, comigo ou sem mim, continuarei a ser fã. Por contrato com a Warner teríamos de fazer mais um disco juntos. Está mais fácil voltar a fazer uns shows do que fazer esse disco para ser sincero. Disco não daria para fazer."
Atualmente, O Rappa vive um momento de pausa total. Falcão diz que quando a banda "sair desse momento sabático meu telefone estará sempre ligado". "Pode rolar de fazer apresentações, sim, seria ao estilo Los Hermanos, nem por grana nem nada, mas pela música", conta Falcão, ao citar a banda de Marcelo Camelo que havia parado em 2015 e que retornou aos palcos este ano para uma turnê.
O fim de O Rappa aconteceu, segundo ele, de forma pacífica e sem brigas. A banda foi um ícone nos anos 1990 e 2000 e até o fim de suas apresentações lotava casas de shows pelo Brasil. Não à toa, ela gravou último DVD, no Recife, que fez muito sucesso. As músicas do grupo viraram hinos e são entoados até em adaptações por torcidas em jogos de futebol. O Rappa foi e ainda é uma referência de como se fazer e de se perpetuar no cenário do rock nacional.
"Teve desgaste, sim, Tinha uma maneira de ver como as coisas deveriam ser conduzidas, mas nunca houve desrespeito, tretas. Tudo sempre foi dividido, explicadinho, certinho. Não havia vaidades. Mas era difícil sair de casa quarta e só voltar no domingo. Agora faço dois shows por final de semana e posso curtir o meu filho. Prefiro curtir mais do que ficar no desespero como era”, comenta o músico.
O filho a que ele se refere é Tom, que agora está com cinco meses e é fruto de um relacionamento dele com a australiana Éri Bauchiglione, que hoje mora com o músico. O nome é uma homenagem a Tom Capone (1966-2004), um dos maiores produtores musicais que o Brasil já teve.
"Dá um gás. Faço tudo para melhorar a minha saúde para ver o crescimento do meu filho. Busquei terapias e outras paradas para eu ter disposição para curtir esse momento de maneira prazerosa. Feliz de ver minha voz fazer diferença na vida do meu filho. Ele me ouve e sabe que não está sozinho”, comenta Falcão, que costuma ouvir reggae com o menino e publicar vídeos nas redes sociais.
O disco "Viver: Mais Leve que o Ar", mostra todas as influências de Falcão na música e em O Rappa. As canções abordam sobre vida, paz e fé, marcas registradas do cantor desde o começo de sua carreira. Para ele, ao longo de toda a sua vida, ele foi fazendo composições e guardando. Por isso, após "Viver", os fãs podem saber que já há músicas para ao menos quatro trabalhos novos.
“Estou afim de fazer muitos shows no Brasil. Mas fiz muito material. Lá para o final de outubro, eu vou selecionar algumas canções para um álbum para o ano que vem. Sei que com festival eu atingiria mais gente, mas estou amarradão em fazer coisa no meu país, modelar essa turnê e fortalecer."
Letras políticas também fazem parte de sua vivência na música. Aliás, esse tema é o que mais move o cantor a se indignar para poder compor sobre as mazelas do país, a fome, a miséria, a pobreza e os roubos nos cofres públicos.
"Nem o Rappa nem eu nunca fechamos com nenhum lado, queríamos colocar o dedo nas feridas. Hoje vivemos numa polarização, as pessoas param de se falar por causa de política. Faço música tocando nisso, mas também falando de algo que as pessoas parecem ter parado de dar valor: a vida. Viver é a parada mais irada", opina.
Para ele, tudo de errado que acontece no país é por causa da ganância. Mesmo assim, ele se diz otimista que um dia os dias sejam melhores. "As coisas poderiam ser mais fáceis se não fôssemos usurpados. Cada vez mais a merda vai fedendo, de todos os lados."
"O Rio de Janeiro, minha cidade, após a Olimpíada de 2016, está pior. Regredimos como seres humanos. E a música a gente toca nisso. Não ficarei no palco dando moral para cara que eu não fecho. Cada vez mais quero tratar meu desabafo em tom de música, mas sou uma formiguinha”, completa.
Marcelo Falcão era muito amigo do jornalista Ricardo Boechat, que morreu aos 66 anos vítima de um acidente de helicóptero, em São Paulo, em fevereiro passado. Eles eram tão próximos que Boechat emprestava sua voz para um clipe inicial que abria os shows de O Rappa. O conteúdo era sobre as derrotas do Brasil no quesito política.
“Muitas coisas dele serviram para eu guardar para a vida. Era um dos caras com mais sensatez, meu ídolo máximo. Mais pessoas como ele fazem falta. Queria mandar um beijo aVeruska [esposa de Boechat] e dizer que ele significava muito para mim. Vai ficar para sempre no meu coração."
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