Leonardo é surpreendido com homenagem a Leandro no início da turnê Amigos em BH
'Não chorei, porque tudo o tinha que chorar, eu já chorei', diz cantor
'Não chorei, porque tudo o tinha que chorar, eu já chorei', diz cantor
“O corpo e a voz não são mais os mesmos, mas a emoção é três vezes maior. E esse sentimento supera tudo isso. Supera o corpo, o preparo físico e a voz”, diz Leonardo após o show Amigos - A História Continua, realizado na noite deste sábado (20), em Belo Horizonte, que marca os 20 anos do fim do programa Amigos na Globo.
“Minha voz nunca mudou, só envelheceu. A gente está sempre bem. Hoje foi uma coisa muito maravilhosa. Rolou uma energia no palco que nunca tinha visto na minha vida. Fizemos poucos shows de amigos há 20 anos, mas hoje tinha uma coisa especial. Sabe aquele amigo que está olhando para o outro e fala: "Se ele não entrar, eu ajudo ele”, completa Leonardo.
Um dos momentos mais emocionantes do show, que deixou Zezé Di Camargo & Luciano, Chitãozinho & Xororó e Leandro com a voz embargada, foi a homenagem a Leandro, com a música “Mano”, escrita por Leonardo após a morte do irmão. Leandro morreu em 1998 vítima de um câncer de pulmão.
“Foi difícil. Eu chorei muito. Já chorava nos ensaios. Sabia que não ia aguentar. Fiz de tudo para cantar aquela estrofe, mas não aguentei”, afirma Chitãozinho, que foi acolhido por um forte abraço de Xororó durante a apresentação.
Zezé Di Carmargo também diz que todas as vezes em que eles cantam essa música a emoção sempre retorna. Ele afirma que a intensidade não é a mesma que a do show em Paris, realizado uma semana após mas a morte de Leandro, mas ainda é muito forte.
Na época, coube aos quatro amigos, com a ajuda da família, a tarefa de convencer Leonardo a não desistir da carreira. Após a morte do irmão, Leonardo viajou a Goiás e não sabia se voltaria algum dia para o palco.
Já Leonardo diz que Leandro “não está aqui de corpo, mas de alma e espiritualmente ele está sempre”. “Quando eu vi a imagem do meu irmão no telão foi muito emocionante. Só não chorei, porque tudo o tinha que chorar eu já chorei. Hoje lembro do meu irmão com alegria e com amor. Tudo o que ele fez por mim, por nossa família, para nossa música.”
O cantor já revelou em várias entrevistas que chegou a tirar a música “Mano” de seu repertório, porque a emoção era tamanha que a voz sumia. Dessa vez, Leonardo não foi surpreendido pelas lágrimas, mas pela própria produção do show. O músico não sabia que subiria em uma grua e cantaria “ao lado de Leandro”. O palco, em formato de “A” trouxe várias imagens de Leandro e uma queima de fogos no final para homenagear o artista.
“Foi uma surpresa para mim também.” Leonardo diz que eles ensaiaram “Mano”, porque todos concordaram que Leandro precisava estar presença nesta celebração, mas “eles não falaram que eu teria que subir na grua”. “Só ouvia no ponto: ‘Vai para grua, vai para grua’”, se diverte.
A emoção também transbordava do público que entoava todos os hits dos artistas sertanejos em quase três horas de show. Em vários momentos, as quase 20 mil pessoas, segundo estimativa da organização do evento, cantavam sozinhas as canções que ficaram marcadas na memória de cada um: “Fio de Cabelo” (1982), “Entre Tapas e Beijos” (1989”), “É o Amor” (1991), “Talismã” (1990), “Nuvem de Lágrimas” (1990) entre tantas outras (confira abaixo a relação completa das músicas).
"Quando a gente ia para o refrão e o povo cantando todas as músicas. Tinha certeza que faríamos um baita de um show e reencontrar esses cabras safados é a melhor coisa do mundo", brinca Leonardo.
"Foi a nossa melhor estreia até hoje, porque todos estavam tranquilos. O público respondeu de uma forma sensacional. O público de Belo Horizonte ama a música sertaneja e estamos muito felizes. Foi a melhor estreia de nossas vidas", afirma Chitãozinho. "Emoção pura demais", completa Luciano.
Já Zezé Di Camargo afirma que o show foi lindo, mas ainda é preciso melhorar alguns aspectos. "O show foi lindo, mas tenho certeza que vai melhorar muito ainda, porque não tivemos tempo de ensaiar no palco. O melhor ensaio é o show, e tem muitas arestas para aparar. Coisas técnicas, como começar música mais colada na outra. Acho que a gente pode melhor 30%."
Para o próximo show, que será no dia 23 de agosto na Festa do Peão de Barretos, Zezé afirma que pode haver mudanças, mas serão poucas. "Um show é igual a seleção de futebol, nunca termina o campeonato com a selção que começou. No meio sempre vai ajustando, e no show é dessa forma também."
"São mais de 150 hits. É muito difícil achar um artista que fez sucesso de 20 anos para cá, que não tenha se inspirado em algum de nós três [das duplas]. A gente tem que ressaltar e valorizar isso. Amigos está acima de qualquer gênero musical. Não é sertanejo ou MPB, mas é música brasileira. São cinco pessoas que tem uma fidelidade e cumplicidade com aquilo que faz, porque gostamos do que fazemos. É temos um respaldo do público muito grande", conclui Zezé.
REPERTÓRIO DO SHOW AMIGOS EM BH
“Disparada”
“Sinônimos”
“Pense em Mim”
“É o Amor”
“Nascemos para Cantar”
“Pode ser pra Valer”
“Entre Tapas e Beijos”
“Sonho de Amor”
“Rumo a Goiânia”
“Fio de Cabelo”
“Não Aprendi Dizer Adeus”
“A Ferro e Fogo Não Dá”
“Brincar de Ser Feliz”
“Sem Medo de Ser Feliz”
“No Dia em que Saí de Casa”
“Toma Juízo”
“Preciso ser Amado”
“Alô”
“Página de Amigos”
“Talismã”
“Saudade de minha Terra”
“Nuvem de Lágrimas”
“Temporal de Amor”
“60 Dias Apaixonado”
“Vá pro Inferno”
“Galopeira”
“Cumade e Cumpade”
“Flores da Vida”
“Estrada da Vida”
“Pra Não Pensar em Você”
“Pra Mudar Minha Vida”
“Se Deus me Ouvisse”
“Mano”
“Um Sonhador”
“Não Olhe Assim”
“Desculpe Mas Vou Chorar”
“Pão de Mel”
“Você vai Ver”
“Evidências”
“Cerveja”
“Festa de Rodeio”
“Bailão de Peão”
“Mexe Mexe”
“Canção da Amizade”
O jornalista viajou a convite da produção do show.
Outro Canal: Klebber Toledo não estará em sequência de 'Êta Mundo Bom' na Globo; saiba o motivo
Outro Canal: Destaque de 'Família É Tudo', Ramille acerta com Globo e fará remake de 'Vale Tudo'
Thiago Stivaletti: O amor contagiante do havaiano Bruninho Márcio pelo Brasil
Comentários
Ver todos os comentários