Música

Ayrton Montarroyos, ex-'The Voice', chega ao segundo disco cantando ao vivo e em voz e violão

'Um Mergulho no Nada' tem Djavan, Chico Buarque e Lirinha

retrato de Ayrton Montarroyos
Ayrton Montarroyos lança seu primeiro disco ao vivo, voz e violão "Um Mergulho no Nada" - Luan Cardoso/Divulgação
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Em 2015, Ayrton Montarroyos, 23, era um dos finalistas do “The Voice Brasil” (Globo). Ele não foi o vencedor, mas continuou sua carreira musical de forma consistente. Lançou seu primeiro disco em 2017 e, agora, apresenta a primeira gravação ao vivo e em voz e violão.

O disco “Um Mergulho no Nada” tem interpretações de Djavan, Chico Buarque, Jacob do Bandolim, Tom e Vinicius e Lupicínio Rodrigues na lista das dez faixas do álbum. O registro foi feito no dia 1º de abril do ano passado, no Teatro Itália, em São Paulo. 

“Sou muito severo comigo e nunca acho que meus trabalhos ficaram bons. Por isso, eu resisti muito quando meu produtor teve a ideia de registrar os shows que eu estava fazendo”, afirma Montarroyos. Desta vez, ele aprovou seu próprio trabalho e tem feitos novas apresentações que ganharam já outras canções. 

Apesar da idade, Montarroyos sempre resgata canções esquecidas ou até desconhecidas das novas gerações, como “Dona Divergência”, de Lupicínio Rodrigues (1914-1974), “Mar e Lua”, de Chico Buarque, e “Doce de Coco”, de Jacob do Bandolim (1918-1969).

Para ele, há questões mais importantes do que revelar canções perdidas. “O intérprete tem a responsabilidade de entender todas as nuances da letra, do que significava aquela música para interpretá-la. Há sempre um risco muito grande de destruir todo um conceito criado pelo compositor”, lembra. ​

Pesquisador profundo e cuidadoso, Ayrton só grava com essa certeza. E traz também compositores relevantes da nova geração. A faixa “Jabicá” é de Lirinha (de Cordel do Fogo Encantado) com Junio Barreto e Bactéria, e “Pé na Estrada”, de Ylana Queiroga, filha do Maestro Spok.

Em um dos shows de Ayrton que serviu de base para ideia de gravar o disco ao vivo, ele acabou incluindo uma canção de improviso. “Essa apresentação foi no dia em que Marielle foi assassinada. Não sou a Gal Costa que pode simplesmente desmarcar um show. Apesar de eu estar totalmente sem energia, tive que ir", lembra o cantor.

A vereadora Marielle Franco foi morta há tiros em março do ano passado. "Pensei que eu precisava fazer alguma coisa. Preferi não dizer nada, e inclui ‘Cálice’, do Chico Buarque. Foi emocionante pois a plateia entendeu o que estava acontecendo”, diz o artista, que havia cantando a música em uma apresentação no “The Voice”.

DE DALVA DE OLIVEIRA A ZECA BALEIRO

Ayrton Montarroyos sempre foi fã confesso de Cauby Peixoto (1931-2016), Dalva de Oliveira (1917-1972) e Angela Maria (1929-2018). Começou a carreira cantando clássicos desses artistas e, após o “The Voice Brasil”, em 2015, gravou seu primeiro disco, onde já mistura os grandes clássicos a inéditas. Entre as 12 faixas, “À Porta do Edifício”, que Zeca Baleiro tinha feito para Cauby gravar, e “Que Sejas Bem Feliz”, de Cartola.

A voz de Ayrton ainda está no disco que celebra o centenário de Dalva de Oliveira, na faixa que ele mesmo escolheu: “Não Tem Mais Fim”.

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem