Música

Nas paradas com 'Amor Falso', Aldair Playboy ainda tenta assimilar sucesso: 'Acho engraçado'

Ex-gesseiro da Paraíba ingressou no meio musical por meio do funk

Aldair Playboy no Espaço das Américas, em São Paulo
Aldair Playboy no Espaço das Américas, em São Paulo - Leo Franco/AgNews
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Descrição de chapéu Agora
Fabiana Schiavon
São Paulo

​​O cantor Aldair Playboy, 22, ainda está digerindo todo o sucesso que a música “Amor Falso” lhe proporcionou. Em rankings de canções mais ouvidas em plataformas digitais, o hit ainda ganhou versão em parceria com Wesley Safadão e Kevinho e projetou nacionalmente o seu trabalho, que em breve virará CD.

Nascido na comunidade Boa Esperança, em João Pessoa (PB), o ex-gesseiro, pedreiro e auxiliar de lava-rápido ingressou na música por meio do funk e viu sua vida mudar.

Casado e com cinco filhos, ele passou a receber, neste ano, convites para participar de atrações televisivas e turbinou sua agenda de shows.

Cantou, inclusive, no recém-lançado SóTocaTop, programa da Globo que reúne os artistas mais ouvidos do país.

“Olho para a minha mulher e digo que estou achando tudo muito engraçado. Há um ano, a gente estava em uma situação tão diferente! Ela só ri”, comemora Playboy.

O artista explica que foi criado pela avó. “Ela era a única que trabalhava e sustentava a família. Hoje, as coisas estão melhorando. Só não mudamos de casa. Quero focar o trabalho para não depender de uma música só”, resume.

O cantor começou gravando um disco de funk proibidão. “Com muita dificuldade. Eu tinha R$ 50 para gravá-lo. O cara me disse que cada faixa custava R$ 5, mas eu queria gravar 12. Ganhei duas!”

Para seguir seu sonho, teve a ajuda da avó e da mulher. “Sempre foi meu desejo ter família, filhos, viver rodeado de pessoas. Nem todos acreditaram em mim, mas quem me ajudou viu que valeu a pena!”

As primeiras músicas de Aldair percorreram João Pessoa. “Depois disso, cantei com uma turma chamada Os Novinhos e passei por outros grupos. Até que formamos o Swing dos Playboys, que fez bastante sucesso.”

Foi daí que surgiu seu apelido. “Quando saí em carreira solo, o produtor disse que eu era conhecido como Aldair dos Playboys. Eu relutei, porque não sou playboy. Eu andava de carro velho, e tiravam sarro do nome artístico.”

O cantor paraibano entrou, então, na onda do batidão —espécie de funk nordestino— e depois mudou seu estilo para o transa reggae, ritmo conhecido na região, também parecido com o funk.

Com a receita de uma música mais leve e letras que falam de amor, conquistou o Brasil.

REDES SOCIAIS

Foi em abril deste ano que a vida de Aldair Playboy começou a mudar, pois foi ali que a letra de “Amor Falso”, de um amigo compositor, chegou até ele, que cismou com a música.

“Fiquei tocando no violão, e certa hora decidi produzir a minha versão. Comecei a trabalhar às 19h e só parei às 11h do outro dia”, lembra.

O cantor divulgou um trecho da canção em forma de stories do Instagram (ferramenta que deixa imagens disponíveis no aplicativo por 24 horas), e ela bombou. “Em um dia, a letra rodava o Nordeste. Então, fiz um vídeo oficial. Na semana seguinte, fiz um show e todos já a estavam cantando!”, vibra Playboy. E ele só tinha 170 seguidores.

Hoje, apenas alguns meses depois, já são 1,4 milhão de perfis que o seguem. “O Instagram começou a subir os números de um jeito que eu nunca vi na vida!”, diverte-se. 

DISCO COM SUCESSOS

Aldair Playboy deixa claro que não quer ser artista de uma música só e, nesse embalo, já prepara um disco de estúdio. Repertório não falta.

Além de “Amor Falso”, ele lançou um videoclipe de outra canção romântica, “Ainda te Amo” —em dois mês, já soma 7 milhões de visualizações no YouTube. Está no ar, ainda, a parceria do artista com a cantora Márcia Fellipe, outra força musical do Nordeste: “Deixa Eu te Fazer Feliz”, de resultado rápido (46 milhões de visitas, no mesmo período).

Nesta semana, Playboy divulgou uma foto no Instagram revelando que está em estúdio, preparando novo disco.

Quem conheceu o cantor agora não imagina que este é o quinto álbum que ele grava, somados o projeto solo, que começou há três anos, e as parcerias com bandas.

“Estou viajando sem parar, para fazer shows, mas já vou ficar trancado dois dias direto no estúdio, trabalhando no disco novo”, afirma o artista.

Playboy também se esforça para ser mais conhecido do público. Para isso, investe sua imagem em programas de TV e redes sociais. Com a chegada do sucesso, porém, começa a sofrer retaliações na internet e vê surgir diversas contas falsas em seu nome, na web.

Até shows ele conta que já foram vendidos a falsários. “Passei por muitas decepções! Chegavam a cortar os cabos do meu som no palco, davam calote em um cachê mínimo de R$ 300... Mas hoje estou colhendo os bons frutos!”, comemora o artista.

WESLEY SAFADÃO

Antes do hit “Amor Falso”, uma música com batida mais forte deu um empurrãozinho na carreira de Aldair Playboy: “Sinalzinho de Amizade”. Quando foi lançada, ela chamou a atenção do cantor Wesley Safadão, que a incluiu no repertório de seus shows.

“No Nordeste, é comum que os artistas apresentem canções que estão fazendo sucesso por aí”, explica Playboy.

Logo depois, o artista foi a um dos espetáculos de Safadão. “Ele falou comigo do palco, trocamos algumas palavras, mas não deu para conversar direito. Só depois de muito tempo é que firmamos a parceria, e ‘Amor Falso’ foi gravada com a participação dele e do Kevinho”, conta.

O trio formado por Playboy, o forrozeiro e o funkeiro deu origem a um novo videoclipe da música, que já era sucesso. A soma de forças, porém, alavancou o hit a ponto de ele chegar a mais de 192 milhões de visitas no YouTube, com dois meses de lançamento.

Antes da Copa do Mundo na Rússia, o clipe acabou divertindo até mesmo a seleção brasileira: após o craque Neymar surgir dançando a música em sua conta do Instagram, um vídeo feito durante um treino da equipe mostrava o jogador Marquinhos arriscando passos e cantando o hit com os colegas.

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