Moacyr Luz lança álbum após dez anos e fala em homenagem a parceiros
Nas plataformas digitais, 'Natureza e Fé' tem músicas novas e antigas
O cantor e compositor de samba Moacyr Luz exalta os seus 60 anos de vida, completados em abril, com mais um trabalho. “Natureza e Fé”, que já está nas lojas e pode ser ouvido nas plataformas digitais, é o seu primeiro disco desde “Batucando”, lançado em 2008, quando ele completou cinco décadas de vida.
“Pode parecer uma jogada de marketing, mas não é. Essas datas redondas de aniversário realmente me deixam emotivo”, diz o artista.
O novo álbum foi feito em meio às apresentações com o grupo Samba do Trabalhador, com quem Luz se apresenta. “Fui amadurecendo as canções aos poucos e, quando percebi, tinha como lançar um álbum completo”, explica o sambista.
“Natureza e Fé” é repleto de parcerias. Algumas, mais atuais; outras, que foram escritas há anos e nunca foram gravadas. “Notei que, com alguns desses parceiros, eu havia lançado poucas músicas. Foi um jeito também de fazer homenagem a todos eles.” Em alguns casos, a parceria acontece apenas no vocal, como em “Na Ginga do Amor”. O samba, suingado e com forte presença de piano, ganha a participação especial de Martinho da Vila.
A bela faixa que batiza o trabalho, com andamento mais lento, tem os vocais da cantora Teresa Cristina. “Samba em Vão”, também com arranjo cuidadoso e solos de piano bem tocados, tem o talento do cearense Fagner, tanto na composição quanto na interpretação.
Duas das músicas de “Natureza e Fé” resgatam criações que ficaram esquecidas com o tempo. “A ‘Conto de Fadas’ foi um dos primeiros sambas que fiz com o Luiz Carlos da Vila [1949-2008] e me emociona bastante”, recorda o cantor. Já “Chapéu Panamá”, uma das mais dançantes do álbum, foi escrita por Luz em parceria com Wilson das Neves (1936-2017) e com José Belmiro Lima (1945-2016), o Mestre Trambique. “Foram grandes mestres, na música e na vida. Fiquei com muito orgulho de gravá-la, pois é como se eu desse continuidade ao trabalho deles.”
As parcerias não param por aí. “Natureza e Fé” ainda tem “Samba de Obá”, que trata das belezas desse estilo musical e foi escrita por Luz com Jorge Aragão. Em “Gosto”, mais uma em que o piano tem destaque, o sambista recebe voz da cantora Zélia Duncan.
As novidades de Moacyr Luz não aparecem apenas no campo musical. Ele também lançou “O Rio do Moa”, coletânea de crônicas escritas para o jornal carioca “O Dia” e lançada pela editora Mórula. “Sou um escritor do cotidiano, coloco no papel o que eu observo nas ruas. Além disso, sou ansioso para criar, faço muitas coisas ao mesmo tempo, e a escrita é uma das minhas válvulas”, completa Luz.
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