Música

Sucesso em 'Amor à Vida', Thalles Cabral estreia com álbum de influência indie

O ator Thalles Cabral, que fez Jonathan, filho de Félix (Mateus Solano), em "Amor À Vida", faz show em São Paulo
O ator Thalles Cabral, que fez Jonathan, filho de Félix (Mateus Solano), em "Amor À Vida", faz show em São Paulo - Mateus Aguiar/Divulgação


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No papel de Jonathan, filho do lendário Félix protagonizado por Mateus Solano em "Amor à Vida" (Globo), em 2013, Thalles Cabral, 23, foi reconhecido pelo público por seu papel de peso na trama de Walcyr Carrasco: embate entre pai e filho.

Com o sucesso do personagem, Cabral lançou no mesmo ano um EP na web, que disponibilizou para download. Agora se apresenta para o que considera seu maior público como cantor e compositor de indie rock. O ator gaúcho de 23 anos fará neste sábado (23), em São Paulo, uma apresentação de seu primeiro álbum recém-lançado "Utopia", todo em inglês.

Produzido com financiamento coletivo, Cabral afirma que fez um vídeo sobre como seria o projeto e recebeu suporte dos fãs para a produção do álbum. Ele conseguiu arrecadar cerca de R$ 25 mil para concretizar Utopia. "Você acha que a guerra está vencida quando está gravando, mas daí vem outra guerra: colocar o disco no mercado, nas estantes das lojas."

Diferentemente do primeiro projeto, o álbum foi pensado com mais maturidade e noção de sonoridade. Apesar de as músicas serem em inglês, Cabral diz que pensa em escrever em português, mas que o idioma não é fácil na hora da criação. "Olívia"e "You, The Ocean and Me" foram as primeiras escritas entre final de 2013 e 2014 durante estadias em hotel e a ponte aérea Rio-SP para gravação da novela. 

Cabral diz que as letras de suas canções foram escritas para uma geração que sente saudade de algo que não viveu. Daí o nome Utopia. "A utopia nunca será alcançada, ela estará sempre dois passos à frente, é sempre uma busca."  

INFLUÊNCIAS

Apesar de a maior influência ser através do trabalho na TV e no teatro, Thalles Cabral diz que suas principais referências são Radiohead, Jeff Buckley, Florence and Machine e Lorde. Uso de guitarras, cordas, e até uma pitada clássica misturada com o eletrônico estão em evidência no álbum.

Em quatro semanas, "You, The Ocean and Me" contabiliza mais de 30 mil visualizações no YouTube e o "Sad Boys Club" mais de 335 mil --essa última publicada há um ano. Os dois clipes foram produzidos de forma independente. O álbum figura na lista dos 50 CDs mais vendidos da Livraria Cultura e está disponível em todas as plataformas on-line.

Além de toda delicadeza e profundidade das imagens do clipe "You, The Ocean and Me", com tons de azul predominante, a diversidade cultural e racial pode ser vista, com a participação de gêmeas albinas e uma modelo negra. Segundo Thalles, não foi proposital, mas sim o reflexo do seu círculo de amizades, já que os protagonistas são todos amigos. Sobre as irmãs albinas, é categórico "é muito potente a imagem delas, além de linda".

A resposta dos fãs foi imediata. "Queria estar viva para dizer que estou morta"; "Bora cantar esse hino!"; "Não sei o que é mais lindo, o clipe, a música ou você’" "Tem um oceano inteiro escorrendo pelos meus olhos neste momento"; ou ainda: "Um brasileiro tratando de temas tão atuais". 

TUDO JUNTO E MISTURADO

Thalles Cabral afirma não saber se gosta mais de cantar ou atuar, mas que se dedica igualmente as duas carreiras. "Não tem segunda opção. Dedico-me nas duas e fico feliz fazendo as duas coisas. Com o hiato na atuação foi natural eu ir para a música e trabalhar 100%".

Em sua carreira como ator, Cabral fez uma novela, uma série (Warner) e cerca de 30 espetáculos. Sua primeira peça foi "A Bolsa Amarela", aos oito anos, mas foi interpretando uma personagem hermafrodita em "Maria, Mario, José" seu papel mais marcante no teatro. "Esse foi meu maior desafio na época, tinha apenas 11 anos, e era um assunto que eu não entendia a respeito. "

Longe da televisão desde o fim de "Amor à Vida", Cabral diz que fez testes para "Malhação"(Globo) e "Sessão de Terapia" (GNT), porém, não foi aprovado. Questionado, diz lidar muito bem, já que está sempre com algum projeto, "eu nunca paro", diz. "Minha mãe fala: filho, parece que você quer abraçar o mundo. E eu digo: eu quero mesmo."

Paralelamente à carreira musical, Cabral também participa do filme "Younlu", com direção de Hique Montanari, que deve estrear em meados de 2018. Baseado em fatos reais, o longa conta a história de um garoto que publica seu suicídio na web. O filme já recebeu prêmio Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) de melhor filme brasileiro de diretor estreante na última Mostra Internacional de São Paulo. 

O ator também está em cartaz com a peça "O Senhor das Moscas", em cartaz na Fiesp, de quinta a sábado, às 15h, e domingo, às 14h30, com entrada gratuita. "Sempre gostei de escolher o que fazer. Meu pai dizia que eu não estava em condições de escolher, por não estar em determinado patamar. Por que tenho que chegar num determinado patamar para escolher? E se eu não quiser chegar neste patamar?"

Thalles Cabral apresentará sua obra completa para o público neste sábado (25), e segundo ele, os fãs podem esperar um espetáculo fiel ao álbum, com quarteto de cordas, jogo de luzes, letreiros de neon, tudo com um "Q" teatral, remetendo à utopia.

SHOW DE THALLES CABRAL
QUANDO
 25.nov., às 23h
ONDE Teatro Mars (r. João Passalaqua, 80, Bela Vista, São Paulo, SP)
QUANTO  R$ 44 a R$ 55 (inteira) e R$ 27,50 (meia-entrada)
CENSURA 16 anos

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