Desenterrada pelo SBT, 'I Love Lucy' é a mãe de todas as sitcoms
Uma "novidade" anunciada pelo SBT causou rebuliço esta semana nos sites especializados em televisão. A partir da próxima segunda-feira (15), a emissora irá exibir às 13h30, na faixa hoje ocupada por "As Visões de Raven", o sexagenário seriado "I Love Lucy".
Claro que o canal poderia ter apostado em algo novo. Há dezenas de grupos de humor fazendo sucesso na internet que mereceriam uma chance na TV. Mas o que esperar de uma grade de programação que inclui o venerando "Chaves" há mais de 30 anos ininterruptos?
Acontece que "I Love Lucy" é um programa sensacional. Envelheceu, é claro: além das imagens em preto e branco, seus personagens ainda se comportam pela lógica de meados do século passado. Os maridos trabalham, as mulheres ficam em casa —se bem que o principal mote da série são as tentativas de Lucy (Lucille Ball) de entrar para o "showbiz", onde brilha seu marido Ricky Ricardo (Desi Arnaz).
Só por isto já vale a pena assistir a "I Love Lucy", a nave-mãe da "sitcom". Mas o valor da série vai além do interesse arqueológico. Lucille Ball, que vinha de uma carreira de sucesso mediano no cinema, encontrou na TV a mídia perfeita para seu histrionismo. Suas caretas são engraçadas até hoje, e muitos dos roteiros poderiam ser refeitos com apenas algumas atualizações.
Difícil apontar o melhor episódio. Aquele em que Lucy anuncia o tônico Vitameatavegamin e acaba ficando bêbada diante das câmeras? Ou aquele em que ela e sua amiga Ethel vão trabalhar na linha de montagem de uma fábrica de chocolates?
Pena que a dublagem original, feita pelo extinto estúdio CineCastro, se perdeu. Até os nomes dos personagens e lugares eram "traduzidos": um dos patrões de Lucy se chamava "seu Mota", e ela morava em "Copacabana". Aí sim, o SBT se transformaria num autêntico túnel do tempo.
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