Podcast, o confessionário sexual dos famosos
Papo informal, quase de boteco, propicia confissões dos entrevistados
Quando vi a expressão "Churrasco do Hímen", cliquei. Claro que eu sei o que é churrasco (embora eu coma pouca carne vermelha) e é óbvio que eu sei o que hímen (embora eu tenha que puxar pela memória). Mas a junção das duas coisas era uma novidade e a novidade, você sabe, é a chave da curiosidade.
Cliquei e li que, ao ser entrevistada no podcast Pod Delas, a atriz Gabi Lopes contou que quando perdeu a virgindade aos 19 anos sua mãe fez uma festa de comemoração, o tal "Churrasco do Hímen".
Foi também no Pod Delas que Pabllo Vittar disse preferir ser passiva a ser ativa e que Gkay revelou ter recebido proposta de um "sugar daddy" para pagar sua famosa Farofa.
Claro, podcast não é só sobre sexo e as revelações íntimas também podem versar sobre assuntos como finanças, cultura, saúde. A maravilhosa Karin Hils, por exemplo, contou no Venus Podcast que, para ela, o Rouge começou a acabar depois de um show que pagou pouco mais de R$ 2 para as meninas. E no Podpah, Mariana Rios falou de uma síndrome que a acometeu, a síndrome de Ménière, que fez com que ela perdesse 30% de audição no ouvido esquerdo. E não é preciso nem mencionar o tanto que o podcast A Mulher da Casa Abandonada, de Chico Felitti, trouxe de discussões sobre escravidão moderna e todos os desdobramentos do caso.
Mas é sempre o tema sexo que mais chama a atenção, o que mais vem à tona, o que vira manchete. Talvez seja o tom intimista do ambiente de rádio, a singeleza das mesas de conversas dos estúdios, o papo informal, quase de boteco, que propicia todas essas confissões dos entrevistados dos tantos talkcasts do momento.
E essa entrega de segredos acontece com todo mundo, dos mais jovens às pessoas mais maduras, de outras gerações. No ano passado, Demi Lovato contou no episódio piloto de seu podcast 4D que é não binária. E, foi no podcast Nos Armários dos Vestiários que o ex-jogador Richarlyson se assumiu como bissexual.
Negra Li, compartilhou no podcast Prazer, Renata, no ano passado, que só começou a tocar seu próprio corpo depois dos 40, após o fim do seu casamento.
Outro exemplo de que o podcast é um misto de terapia em grupo com confessionário é Mamma Bruschetta, que passou anos sem tocar no assunto identidade de gênero. No Venus Podcast, Mamma comentou que sempre foi questionada sobre ser "homem ou mulher". Até mesmo Silvio Santos ficou surpreso quando descobriu, nos anos 90, que Mamma Bruschetta era uma personagem do ator Luiz Henrique Benincasa.
Pois graças ao Venus Podcast, agora sabemos que, aos 71 anos, Mamma Bruschetta mudou seu RG e adotou esse nome social e é legalmente reconhecida como mulher. Que bom para ela. Que bom que todo mundo possa ser o que quiser, se assumir quando e como e se quiser. Que bom que todos possam revelar ou não da forma como desejarem, que todos possam ser livres num Brasil democrático!
Vida longa ao podcast!
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