Em um ano, TV Cultura perde quase um quarto da audiência
Em apenas um ano, o ibope da TV Cultura encolheu 23%. Entre 2010 e 2011 a audiência da emissora caiu de 1,2 ponto para 0,9 ponto. Parece pouco, mas é relevante diante da já pequena audiência do canal público, outrora considerado o melhor do país. Se a emissora perder mais 4 décimos de ibope, por exemplo, cairá para o nível chamado "traço" de audiência (de 0,5 para baixo). A queda atinge seis meses da nova gestão de João Sayad, com uma política de demissões e/ou extinção de várias atrações. A emissora rebate e diz que, desde julho "vem crescendo de forma sustentada" (leia mais abaixo).
E pensar que quase chegou lá...
Curiosamente, 2010 foi o último ano em que a Cultura chegou a ameaçar a quinta posição no ranking, ocupada pela RedeTV! normalmente. Não tanto porque a Cultura estava abafando, por cima da cocada preta, dando as cartas, se achando a última jujuba do pacote etc, mas, principalmente, porque a RedeTV! passou a definhar. Em 2010, vários programas da Cultura ciscavam a audiência da RedeTV! e até de outras emissoras, em determinadas faixas horárias, não raro deixando o canal em terceiro lugar no ibope. Isso ocorria principalmente de manhã. No ano passado, porém, o horário matinal da Cultura (7h às 12h) perdeu 26% de ibope.
Inezita, o baluarte dacasa
Além da animação suíça "Pingu", que chegou a dar picos de quatro pontos de ibope, o único sucesso da Cultura continua sendo o veterano "Viola Minha Viola". O programa musical e folclórico da diva Inezita Barroso não raro atinge três pontos de média. O resto da programação oscila entre menos de 0,5 e 1,5 ponto. Veja a "involução" do ibope da Cultura nos últimos cinco anos:
Outro Lado
Procurada para comentar a respeito das informações acima, a TV Cultura, por meio de sua assessoria, informou que:
"A TV Cultura, na atual gestão iniciada em junho de 2010, vem "atualizando" atrações existentes e criando vários novos programas, para os diversos públicos. E os resultados já começam a aparecer, muito embora seja necessário um tempo para que os telespectadores assimilem uma nova programação e reajam a ela (positiva ou negativamente). Em abril passado, a TV Cultura fez um lançamento recorde de novidades e o público dá sinais positivos. Desde julho passado, a emissora vem crescendo de forma sustentada (pouco mais de 30% no período), contínua, e positiva frente aos mesmos meses de 2010. E em termos de share, a evolução é ainda mais forte: 1,7% em julho para 2,9% em dezembro, sem retroceder um mês sequer, mostrando que há espaço, sim, para uma programação diferenciada e de qualidade. Vale ressaltar ainda que a TV Cultura ficou, em dezembro de 2011, 19 vezes em 5º lugar no ranking das principais emissoras abertas da Grande São Paulo, no período das 7h à meia-noite."
Uma segunda opinião sobre ibope, além do Ibope
O Instituto Ibope pode ganhar um concorrente ainda este ano. Mas, se isso depender da Globo, não. A emissora não participou de uma reunião com a empresa Nielsen, que pretende iniciar sua própria medição de audiência da TV brasileira. Na reunião com as TVs, cerca de três semanas atrás, a Nielsen informou que, se todas as TVs estivessem de acordo com seu plano, a medição poderia ser iniciada já em julho...
Reunião? Que reunião?
De todas as emissoras abertas, a única que não compareceu à reunião foi a Globo. É a segunda vez que a Nielsen tenta entrar no ramo de ibope das TVs no Brasil. A última vez que isso ocorreu em meados dos anos 2000, com apoio de Silvio Santos. Na ocasião, descontente com os índices que o Ibope atribuía ao seu SBT, Silvio Santos estimulou a vinda da empresa norte-americana, que atua hoje em mais de 40 países e estreou medindo audiência de programas de TV norte-americanos na década de 50.
Outro lado
Consultada pelo "F5" se haveria interesse em conhecer o trabalho da Nielsen, a Globo, por meio da (atenciosa) CGCom, declarou o seguinte:
"Não há nenhum impedimento em conhecermos as propostas da Nielsen para o Brasil. Não somos contra a chegada de um novo fornecedor de pesquisa de audiência. O que, sim, não deixamos de ressaltar, é que o trabalho realizado atualmente pelo Ibope é de alta qualidade, o que deixa pouco espaço no mercado para dois fornecedores de serviços muito similares entre si."
Despedida, pero no mucho
O Exaltasamba está enchendo a mala com a chamada "turnê de despedida". O grupo anunciou no ano passado que faria sua última temporada de shows, e que depois acabou, adeus, nunca mais, c'est fini etc. Nos bastidores da cena musical, no entanto, fontes do "F5" garantem que não é bem assim, e que a tal despedida é aquilo que se chama popularmente de "cascata". Ou melhor, um monólogo pastoso para acalentar bovinos. Graças ao fim anunciado, os integrantes do grupo estão enchendo a burra (sem trocadilho), pois os shows estão lotando (às vezes mais de um no mesmo dia). Os fãs ficam em lágrimas e coisa e tal...
Vá ver, mas não me convide
Em 2012, a propósito, a "turnê de despedida" do Exalta (como só os íntimos dizem) segue em quinta marcha. Tanto que praticamente já não há datas em janeiro (e fevereiro também está auspicioso). Despedida, portanto, é só uma teoria por enquanto. Agora... sobre o fim do Restart...
Brincadeirinha...
Crítica baba-ovo...
Marcelo Serrado é um grande ator e nem precisa provar isso, mas, convenhamos, em "Fina Estampa", seu Crô é uma das figuras mais caricatas e ridículas já vistas numa novela. Os elogios a Crô, oriundos de boa parte da mídia "especializada", só provam que, no Brasil, ninguém entende nada de dramaturgia. Qualquer personagem afetado hoje em dia já é apontado como "genial", "hilário", "fantástico", "nossa, que engraçado". O Crô de Serrado só serve para estereotipar ainda mais a representação dos gays no Brasil --e, principalmente, nas novelas.
Muito+ bocejo
O programa "Muito+" continua capenga no ibope, na casa do 1 ou 1,5 ponto. A despeito disso, a atração (sic) deve continuar no ar, na Band, ao menos até abril. Isso porque a emissora não tem outras opções na manga. O mais constrangedor é ouvir a apresentadora, cercada de futilidade, defendendo "fofocas do bem".
Não custa repetir
Memorizem, porque alguns jornais e sites estão dando bola fora quase que diariamente: Rafinha Bastos NÃO está negociando um programa no canal Fox Sports, que estreia em 5 de fevereiro. A negociação com o grupo é para que ele comande um programa no masculino canal FX.
Nega tudo
Assessoria de Hebe Camargo nega informação de que ela teria ameaçado rescindir contrato com a RedeTV!, caso a emissora continue a atrasar salários --especialmente da sua produção. Cláudio, seu sobrinho e empresário, disse ao "F5" que "não vale a pena nem comentar isso".
QUEM É LEGAL
"Turma da Mônica"
Eis um produto que não tem idade ou prazo de validade. Uma criação atemporal de Maurício de Sousa, e que está no imaginário de qualquer brasileiro, independentemente da idade. A Globo acerta ao investir na turminha. Quem ganha é o telespectador, sejam pais ou filhos.
QUEM IRRITA
"Mulheres Ricas"
É menos um programa e mais um escárnio na TV, diante de uma sociedade desigual e tão cheia de miseráveis. Programa fútil, tolo, oco como algumas cabeças que o estrelam. Nem no "BBB" se vê gente tão vazia de ideias e conteúdo. E querem saber o pior, caros leitores e leitoras? Vai ter outra temporada.
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