Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Receitas do Marcão

Versão argentina do creme de milho, Humita é saborosa e fácil de fazer

Ótima para acompanhar o frango, receita leva tempero de páprica, cebola e manjericão

Creme de milho na versão Argentina com frango - Marcos Nogueira/Folhapress
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Chega a ser irônico que a dupla frango e creme de milho –a galinha e o cereal que ela come– seja uma combinação tão perfeita.

Eu tenho, porém, uma certa implicância com o creme de milho à brasileira, engrossado com farinha ou amido de, hum, milho. Gosto mais da humita, a versão argentina do creme de milho. Nela, o próprio milho triturado dá a consistência do creme.

Na verdade, a humita é uma preparação pré-hispânica, dos povos quéchua que habitam os Andes –do noroeste da Argentina ao Equador. Tem muita semelhança com a pamonha brasileira e, em grande parte das receitas, também é cozida dentro da palha do próprio milho.

A versão que eu escolhi é a chamada humita de olla –humita de panela. Tem a textura um pouco mais liquefeita do que a do milho cozido na palha. E, por ser argentina, incorpora alguns temperos ausentes nas humitas bolivianas e peruanas. Em especial o manjericão, coisa de italiano.

A receita a seguir é uma adaptação livre da humita do chef Francis Mallmann, descrita no livro "Sete Fogos" (V&R, 2011).

Mallmann recomenda que o milho verde seja ralado manualmente, pois "só assim ele libera o caldo doce que se mistura tão bem com a páprica picante, a cebola e o manjericão fresco". Após ralar os grãos, o chef recomenda ainda passar uma faca ao longo do sabugo, para extrair todo o sumo residual.

A alternativa é debulhar a espiga e processar os grãos.

Eu já preparei a humita de ambos os jeitos. Ralar na mão dá um trabalho dos infernos e, francamente, não percebi essa diferença que Malmann enfatiza tanto.

Numa coisa ele tem 100% de razão: o tempero de páprica, cebola e manjericão é algo de outro mundo. Turbinei o creme de milho inca com queijo, que não vai na receita original, mas é bem comum nos Andes.

Quanto mais novo o milho, melhor. À medida que os grãos envelhecem e desidratam, ficam também mais fibrosos.

Usei a humita para acompanhar frango, obviamente. Uma simples sobrecoxa grelhada na brasa, com molho de cebola roxa e limão.


HUMITA

Rendimento: 1 a 2 porções
Dificuldade: Fácil

Ingredientes
2 espigas de milho verde
1 copo de leite (ou mais, se precisar)
1 colher (sopa) de azeite
1 colher (sopa) de manteiga
1 cebola pequena, picada
1 colher (chá) de páprica picante ou defumada
2 colheres (sopa) de queijo meia-cura ralado
1 punhado de folhas de manjericão
Sal a gosto

MODO DE FAZER

  1. Com uma faca, debulhe a espiga: corte os grãos rentes ao sabugo. Bata o milho com o leite no processador de alimentos

  2. Aqueça o azeite e a manteiga. Refogue a cebola até ficar transparente, sem deixar dourar.

  3. Acrescente o milho e a páprica. Cozinhe até o creme engrossar

  4. Junte o queijo e misture. Ajuste o sal. Desligue o fogo. Junte o manjericão e misture. Sirva imediatamente.

Receitas do Marcão

Marcos Nogueira é jornalista profissional e cozinheiro amador. Escreve também a coluna Cozinha Bruta, além de apresentar o programa homônimo no canal Sabor & Arte. Instagram: @cozinhabruta

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem