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Krishna Mahon
Descrição de chapéu Sexo casamento

Krush estilo Lego: A delícia do encaixar a pecinha ou o incômodo do pisar nela?

Conexão pode durar dias, meses ou anos. Ou a vida inteira para os sortudos

Coluna de Krishna Mahon
Ilustração - Max Beulke
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Tem gente que traz à tona o melhor de nós, né? Abençoado o krush que faz isso, porque tem uns que… PQP.

Uma amiga me contou outro dia que o sexo com o ficante master turbo premium plus dela (aquele krush que você pega com frequência, e que pode ser que tenha troca emocional e tals) era tão maravilhoso que sentia que a perereca tinha sido moldada certinho pra encaixar nele. Já contei aqui em outras colunas que sou trouxa, então é claro que eu perguntei se não rolava namoro. "Nem, Deus me livre! Ele é igualzinho ao meu pai". Sim, ela faz terapia.

Entre cabeça, coração e rabo, o krush dela entra só no rabo (sentido figurado, porque não sei se eles são chegados em anal), quiçá entre de penetra no coração sem que ela perceba. E, como não canso de falar, o mágico é o encontro dos 3, cabeça, coração e rabo, mesmo que não role ao mesmo tempo e nem sempre.

Tem krush que encaixa na gente que nem pecinha de Lego. A conversa flui e os interesses são os mesmos ou se complementam. O termo lego vem de um verbo grego (légō), que, entre os seus vários sentidos, remete à junção/reunião; mas, como se sabe, há encontros e encontros, e, como diz Spinoza, há encontros que aumentam a potência e outros que a diminuem; ou seja, voltando à imagem textual do título, há encontros de encaixe e encontros de incômodo.

Nesses encontros de encaixe, há os deliciosos que acontecem mais para baixo. O beijo que dá um trem lá dentro, aqueles momentos que você tem que se segurar para não gozar no esfrega-esfrega, o peru que encosta naquele lugar direitinho, ou aquele negócio que faz com a língua. Ah, nem… Num guento, rs.

Esse encaixe pode durar só uns dias, meses, anos, e tem sortudo que parece ter isso uma vida inteira. Na primeira versão do filme "Pequeno Dicionário Amoroso", com direção da Sandra Werneck e roteiro de José Roberto Torero, um personagem diz que o encantamento dura uns 6 meses ou 72 trepadas. Vejo o copo um tiquinho mais cheio. Ainda duvido, mas tenho um amigo muito querido que jura que tem esse encantamento, inclusive com fogo no rabo, e ele está casado há séculos com a mesma mulher. Truco! Duvido, mas torço para que esse encaixe longevo exista mesmo.

Só que tem o krush que é a pecinha de Lego mas no sentido oposto. Aquela que a gente pisa sem querer no escuro. Ninguém merece, mas você sabe o quão ruim é, né? No meu Instagram @krishnamahon dá para ver os Legos no pé rapidinho nos comentários de qualquer postagem.

Os caras que na primeira interação já cagam tanto que não merecem nem uma curtida minha por ter contribuído com o algoritmo, rs. Tem uns que eu fico com dó de morrerem no cinco contra um, daí baixa a Phoda Madrinha, e indico que comunicar com afeto vai ser melhor que emoji de foguinho, beringela, água espirrando e termos como gostosa, tesão e objetificações afins.

Uma amiga pegou um krush outro dia que na teoria parecia incrível, mas na prática… O cara foi irritando tanto em milhões de pequenas coisinhas, que ela só pensava em acabar com aquele suplício, aquela sensação ululante de perder tempo de vida. Transava bem, mas e daí que a transa era boa se a relação causava tanta coisa ruim nela? Não há peru (perereca ou fiofó) que justifique um pé no saco.

E quando a gente é a pecinha de Lego no pé dos outros? Ah, caro leitor, espero que nunca tenha causado isso, nunquinha.

Quando você morre, você não sabe que está morto. Quem sofre são os outros. É a mesma coisa quando você é um idiota. Essa frase do Ricky Gervais me dá um medo danado de ser o idiota, chato, mala e sei lá mais o quê, que não percebe sua própria condição.

Quando a gente percebe que está nesse lugar ruim, seja mala, triste, reativo, ou o que for o lugar que te incomodar mais, dá um siricutico e uma vontade de sair dali, né? Bom, em mim dá num grau, que correria até do Cauã Reymond, pior, correria até do peru que encaixa naquele tal lugar.

Já viu gasolina quando encontra a água na poça? Coisa mais linda aquele buraco furta cor, parece um arco-íris. Agora bota a mesma gasolina perto do fogo. Cremdeuspai. A gente é a gasolina. Vai ter krush água e krush fogo. E tudo bem quem quiser brincar com fogo, ou querer coisas diferentes ao longo da vida.

A Phoda Madrinha deseja que você encontre um krush que encaixa que nem Lego, que faz aquele trem bem naquele lugar que te causa fogo no rabo e que não te faça cair no lugar incômodo na cabeça e coração.

Krishna Mahon

Jornalista e cineasta indicada ao Emmy, é apresentadora do SexPrivé Club da Band. Foi produtora da Discovery e diretora de conteúdo do History.

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