Vice-Miss Universo, Julia Gama afirma: 'Me sinto muito vitoriosa'
Na 1ª entrevista pós-concurso, gaúcha revela depressão aos 11 anos
Na 1ª entrevista pós-concurso, gaúcha revela depressão aos 11 anos
Após ficar com o segundo lugar no Miss Universo 2020, Julia Gama, 27, se disse bastante tranquila com o resultado. Sobre a vitória da mexicana Andrea Meza, 26, a gaúcha disse que, em seu coração, ela não vê nenhuma injustiça e acredita que a colega é merecedora.
"Minha assessoria me passou que as pessoas estão muito indignadas e decepcionadas", disse com exclusividade à coluna. "Agradeço muito o carinho das pessoas, mas desde o início eu disse que respeitava muito todas as mulheres que estavam no concurso, que batalharam para estar ali. Acho que todas nós merecemos, e existe uma razão para a Andrea estar ali."
"Esta é minha primeira entrevista e a primeira vez que falo sobre isso na imprensa. Tenho certeza de que esse foi o melhor resultado para mim, para Miss México e para todas que estavam ali. Sem dúvidas, vou conseguir fazer o melhor com isso e ela também. Estou nas nuvens e muito agradecida por isso”, disse.
O perfil da brasileira no Instagram deu um salto de seguidores após a final. O número subiu de 190 mil, desde as 21h da noite de domingo (16), para 392 mil até a publicação deste texto. Sobre isso, a Miss Brasil se disse muito feliz, mas que não teve tempo ainda de ver mensagens e as postagens dos seguidores.
Gama diz acreditar que deu o melhor de si, e que se sente muito satisfeita com seu desempenho, principalmente nos discursos. A pergunta feita pelo júri foi sobre liderança feminina, e em seguida ela sorteou o tema saúde mental para abordagem livre.
"Achei os temas interessantes, muito melhor que antigamente. São assuntos importantes para trazer à pauta, principalmente para uma audiência internacional. Me senti muito confortável com ambos, principalmente quando falei sobre saúde mental, que é um local de fala para mim", detalhou.
Isso pois, segundo conta, a miss foi diagnosticada com depressão aos 11 anos. E à época, para ela, foi muito importante ter apoio para se cuidar e se tratar.
"Faço terapia e tenho muita consciência sobre a relevância de dar atenção à saúde mental e tirar o estigma que temos em relação a isso", revelou. É preciso receber a assistência necessária. Merece muita nossa atenção, cuidado, e normalizar as conversas sobre depressão e ansiedade, principalmente nesses tempos de redes sociais e cancelamento. Eu tive problemas, consegui superar e hoje estou bem e feliz. Mas quanta gente não tem essa oportunidade que eu tive?"
Confira trecho editado da entrevista .
Como você está se sentindo hoje?
Eu sempre disse que, dentro do meu coração, tinha algo que me dizia que aqui era o meu lugar, que minha vida inteira me preparou para esse momento. Na preliminar eu queria fazer bem feito, mas não estava com medo. Já na final, me deu uma certa adrenalina. Foi um dos dias mais emocionantes que já vivi. Começou o show e, ao mesmo tempo que eu estava com adrenalina alta, senti muito uma coisa divina, a mão de Deus na minha vida. O fato de eu ter sido escolhida Miss Brasil, voltado da China, chegado aqui… tudo fez sentido!
Você acha que faltou algo?
Eu sinto que realmente me dediquei 100%. Representar os brasileiros vai ser para sempre a maior honra da minha vida, foi muito lindo isso. O carinho que recebi das pessoas, do hotel, na internet, da equipe, todos torcendo e acreditando em mim. É tão bonito saber que eu fui uma pessoa que marcou as pessoas, além da competição.
Estava confiante nas primeiras classificações?
Quando cheguei na final, eu estava certa que estaria no top 21, apesar de terem demorado para me chamar. Eu fui uma das últimas no primeiro corte. Mas quando foram chamando as dez finalistas, eu não tinha mais certeza de nada, e quando fui a última chamada desse grupo, eu agradeci muito a Deus. Eu queria muito, trabalhei muito por esse lugar, então foi um alívio muito grande.
O que você pensava na hora?
Eu só colocava na minha cabeça positividade, e pensava que eu era a Miss Universo. Isso me deu força e me deixou tranquila. E quando me chamavam, eu tentei manter o tempo todo o pensamento de não tentar ganhar a posição, e sim conquistar o ambiente. E era isso que eu queria, essa presença no palco que eu tive. Me senti muito potente, e isso foi muito legal.
E quando te chamaram no Top 5?
No Top 5 eu estava numa adrenalina muito grande, e me sentia preparada para responder aos jurados. A princípio fiquei triste pelas meninas que não conseguiram classificações, mas como é um juri humano é muito subjetivo, a gente não sabe.
O que você achou das perguntas e dos seus discursos?
Quando eu respondi, minha sensação foi muito de dever cumprido pelo que eu respondi, como eu respondi, fui muito bem. Achei os temas interessantes, muito melhor que antigamente. São assuntos importantes para trazer à pauta, principalmente para uma audiência internacional. Me senti muito confortável com ambos, principalmente quando falei sobre saúde mental, que é um local de fala para mim. Eu fui diagnosticada com depressão quando eu tinha 11 anos de idade, e tenho essa relação com isso. Faço terapia e tenho muita consciência sobre a relevância de dar atenção à saúde mental e tirar o estigma que temos em relação a isso. É preciso receber a assistência necessária. Merece muita nossa atenção, cuidado, e normalizar as conversas sobre depressão e ansiedade, principalmente nesses tempos de redes sociais e cancelamento. Eu tive problemas, consegui superar e hoje estou bem e feliz. Mas quanta gente não tem essa oportunidade que eu tive?
Quando ficou só você e a Miss México no palco, qual foi a sensação?
Quando entrei no Top 2, foi uma emoção sem tamanho. E que emoção! Tem noção do que é isso? Para o resto da minha vida isso vai ter sempre para um impacto positivo. Estar ali, para mim, foi o reconhecimento de todo esse trabalho. Eu me sinto muito vitoriosa, as portas já começaram a se abrir, e acredito muito em Deus para dar os caminhos para nossa vida.
Ficou triste de não ter vencido?
Esta é minha primeira entrevista e a primeira vez que falo sobre isso na imprensa. Tenho certeza de que esse foi o melhor resultado para mim, para a Miss México e para todas que estavam ali. Sem dúvidas, vou conseguir fazer o melhor com isso e ela também. Estou nas nuvens e muito agradecida por isso.
Você soube que os brasileiros estão indignados com o resultado?
Eu não tive tempo ainda de olhar nada, só sei que ganhei muitos seguidores do dia para noite. Minha assessoria me passou que as pessoas estão muito indignadas e decepcionadas. Agradeço muito o carinho das pessoas, mas desde o início eu disse que respeitava muito todas as mulheres que estavam no concurso, que batalharam para estar ali.
Acha que a Miss México teve algum diferencial em relação a você?
Acho que todas nós merecemos, e existe uma razão para a Andrea estar ali. Eu me sinto representada por ela. Quero muito que todos a respeitem e a apoiem. É preciso entender que não é o diferencial dela, todas nós somos únicas. O júri era humano, então o resultado não foi algo matemático. Se fosse matemático, seria diferente para todas as misses. É muito subjetivo, e nesse momento é o que a organização do Miss Universo estava buscando. É muito difícil eu dizer o que fez exatamente ela ser a escolhida, mas confio muito que cada uma de nós é única, e esse é o meu diferencial. Admiro muito a Andrea e torço muito pela felicidade dela, e estou muito satisfeita e tranquila com a minha performance. Isso me mostra que, além de uma candidata forte, eu fui uma pessoa boa e isso é muito importante para mim.
Quais seus planos a partir de agora?
Agora estou oficialmente aposentada do mundo miss, com muito bom humor e amor no coração. Sei que esse título vai me abrir muitas portas, e as portas que são para mim. Assim como vai abrir para a Andrea as portas dela. Torçam pelo melhor para mim e para ela, pois ela é merecedora.
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