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2020: o ano que não aconteceu

Última coluna do ano faz retrospectiva após meses marcados pela pandemia

Tim Kortuem produz bolos que parecem emojis com máscaras protetoras em Dortmund
Tim Kortuem produz bolos que parecem emojis com máscaras protetoras em Dortmund - Leon Kuegeler-26.mar.2020/Reuters
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Na última coluna do ano passado ("Confira sete desejos para que o novo ano faça bem para o universo digital"), fiz uma lista de desejos para o mundo virtual em 2020. Antes de fazer nova lista pro ano que vem, fui conferir se algum se realizou.

Penso que ao menos dois se cumpriram: que as pessoas refletissem mais antes de encaminhar qualquer coisa e que mais gente usasse a internet para estudar e trabalhar. Nas últimas eleições, a incidência de fake news parece ter sido menor, graças a iniciativas das plataformas do TSE e (espero) a um maior amadurecimento do público. Em relação ao segundo, bem, não foi exatamente uma escolha –quem teve opção migrou para o home office e o ensino online.

Já o desejo para que houvesse mais encontros na vida real não poderia ser mais inadequado neste ano de isolamento social. Por outro lado, famílias ficaram mais juntas e os encontros virtuais dispararam. O fato é que 2020 foi um ano que abalou profundamente o mundo, os relacionamentos, a tecnologia. E, ao mesmo tempo, não aconteceu. Foi um ano de vidas em suspenso, de planos adiados, em que tentamos simplesmente sobreviver.

Para mim, a imagem mais marcante do ano foi o papa Francisco rezando sozinho em uma praça São Pedro vazia, cinzenta, para milhões de pessoas conectadas ao mesmo tempo em todo o planeta.

2020 também foi o ano das lives, que trouxeram algum alívio: Andrea Bocelli, Lady Gaga e todos os astros no evento “Together at Home”. Roberto Carlos, Caetano, Gil, e as lives da Teresa Cristina, que viraram até ponto de encontro.

Mas foi um ano duro. Não é de se estranhar que o emoji mais compartilhado no Twitter tenha sido a carinha triste de olhos grandes. E no Tinder, a figura com as mãos para cima, indicando incerteza.

Para 2021, repito os meus desejos do ano passado –principalmente contra todos os discursos de ódio na internet. Acrescento mais três: que todos sejam vacinados; que a ciência seja cada vez mais ouvida; que a cultura e a arte nos salvem. Amém!

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Alessandra Kormann é jornalista, tradutora e roteirista. Trabalhou sete anos na Folha.
Desde 2005, é colunista do Show!, do jornal Agora.

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