Bate-Papo na Web
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Cada usuário deveria ter autonomia para escolher o que vai ver na internet

Seria uma ótima ideia algoritmos feitos sob medida para cada pessoa

Mark Zuckerberg depõe no Senado americano sobre a moderação de conteúdo no Facebook - Michael Reynolds/Reuters
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Nesta semana, os presidentes do Facebook, Google e Twitter prestaram depoimento ao Senado dos EUA sobre as suas políticas de moderação. A discussão foi centrada na Seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações, que exime as empresas de responsabilidade pelo conteúdo criado pelos seus usuários.

De um lado, os republicanos acusam as empresas de censurarem as opiniões conservadoras (o presidente Donald Trump já teve vários posts marcados como informação falsa por espalhar mentiras sobre o coronavírus). De outro, os democratas atacam as plataformas por não fazerem o suficiente para moderar as fake news e os discursos de ódio, além de priorizarem conteúdo que fomenta a polarização e a violência.

Uma das possíveis soluções apresentadas pelo presidente do Twitter, Jack Dorsay, foi que os usuários passem a ter autonomia para escolher os algoritmos que filtram os conteúdos que são exibidos para eles. Seria uma ótima ideia.

Quem usa Facebook há bastante tempo, aliás, há de se lembrar de que havia duas opções de timeline: “Últimas Notícias”, que exibia todos os posts dos seus contatos de acordo com a ordem cronológica, e “Principais” (ou algo parecido), em que um algoritmo mostrava apenas as mensagens mais curtidas e comentadas ou aquelas postadas por amigos com quem você mais interagia.

Por que isso mudou? Você deu autorização para que o Facebook escolhesse o que você vai ver? Eu não –a não ser, provavelmente, naqueles termos de serviço que nunca ninguém lê.

Não que esses algoritmos sejam totalmente do mal. Poupa tempo ver apenas as mensagens mais relevantes em vez de um monte de posts sem graça. É prático que a Netflix conheça o seu gosto para as séries. Ou que as lojas virtuais saibam os produtos que você está procurando comprar.

Mas seria bom se a pessoa pudesse optar por esse tipo de conforto –ou não. Lembrando que o preço dessa praticidade toda é pago em montanhas de dados sobre você.

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Alessandra Kormann é jornalista, tradutora e roteirista. Trabalhou sete anos na Folha.
Desde 2005, é colunista do Show!, do jornal Agora.

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