Redes sociais são desenhadas para nos viciar
Documentário 'O Dilema das Redes' revela como funcionam os algoritmos e os seus efeitos
Já assistiu a “O Dilema das Redes”? A pergunta é frequente nas conversas desde o lançamento do documentário da Netflix no mês passado. O filme expõe as engrenagens viciantes dos algoritmos das redes sociais e os seus efeitos negativos nos indivíduos e na sociedade.
Para quem tem certa familiaridade com tecnologia, não há muita novidade. Já escrevi sobre isso há um ano.
Mas o interessante é que o documentário apresenta essa realidade de uma forma bem fácil de entender, com atores representando os algoritmos e seus processos de decisão. Houve até críticas por excesso de didatismo, mas acredito que para boa parte do público isso é importante.
Como é feita a coleta de dados dos usuários, o estímulo a ficarmos cada vez mais tempo conectados, a busca cada vez maior por aprovação social por meio de curtidas, a manipulação dos comportamentos, está tudo lá.
Assim como os resultados de tudo isso: o bullying virtual que gera aumento de suicídios, a polarização política, a ameaça das fake news, a falta de tempo para a vida real. As bolhas sem contato entre si, em que só se conversa com quem pensa igual, como em realidades paralelas –em vez de um mundo compartilhado, onde existe consenso sobre o que é a verdade.
O grande mérito do filme é trazer ex-funcionários do Facebook, Twitter, Google e Instagram “confessando” como funcionam esses mecanismos desenhados para nos viciar. “Se você não está pagando pelo produto, então você é o produto”, lembra Tristan Harris, ex-designer do Google.
No final, há algumas dicas para escapar um pouco disso tudo. As melhores: desabilite as notificações na tela do celular. De fato, isso faz a diferença na vida. E procure seguir gente com quem não concorda. Fure a bolha. Não deixe que as redes sociais saibam mais de você do que você mesmo.
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