Bate-Papo na Web

Pandemia faz público retornar à mídia tradicional e despertar a solidariedade e a empatia

É preciso deixar celular de lado e compartilhar momentos com mais verdade

Mundo se conecta cada vez mais após pandemia - AFP
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Descrição de chapéu Agora

Estamos atravessando um momento único na história da humanidade. Já tivemos outras pandemias no passado (peste bubônica, gripe espanhola), mas nunca antes tantas pessoas no mundo ficaram confinadas em casa ao mesmo tempo com tanta informação em tempo real sobre o que acontece no resto do planeta. E somos testemunhas das mudanças que virão.

Porque mudanças virão. De uma forma ou de outra, o mundo não será mais o mesmo. Haverá milhares de famílias de luto no mundo. Uma recessão global é consequência certa. Mas, em meio a tanta tragédia, começam a aparecer também efeitos positivos que podem transformar a sociedade para melhor.

O mais importante é que, depois de uma onda avassaladora de populismo e fake news, com muita gente acreditando que a Terra é plana, que o nazismo é de esquerda ou que as vacinas fazem mal, agora cada vez mais as pessoas estão buscando informações de qualidade na imprensa profissional e confiando em médicos e cientistas. Máscaras estão começando a cair.

Na quarentena, as famílias estão sendo obrigadas a conviver mais. Com tanto tempo junto, uma hora é preciso deixar o celular de lado e compartilhar os momentos com mais verdade, seja na hora de cozinhar, de fazer refeições ou de limpar a casa.

O trabalho a distância (home office) está sendo adotado em larga escala, provando sua eficiência em muitos setores. Com ele, há menos deslocamentos pela cidade, menos trânsito, menos poluição e mais tempo livre para outras atividades.

A preocupação com as pessoas que vivem nas periferias despertou a solidariedade e a empatia, traduzidas em diversas campanhas de arrecadação de recursos pela internet. E provou a necessidade de um Estado forte, com boa rede de proteção social.

Afinal, de nada adianta estar seguro em casa se o seu vizinho não está e pode lhe transmitir o vírus. Não é papo de gente mística nem slogan de empresa de telefonia, é fato: estamos todos conectados.

Agora

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Alessandra Kormann é jornalista, tradutora e roteirista. Trabalhou sete anos na Folha.
Desde 2005, é colunista do Show!, do jornal Agora.

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