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Cinema e Séries
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Em 'The Attaché', casal chega a Paris no dia dos piores atentados da história

Série mostra a cidade de forma diferente de produções como 'Emily em Paris'

Eli Ben David e Héloïse Godet em cena da série 'The Attaché'

Eli Ben David e Héloïse Godet em cena da série 'The Attaché' Divulgação

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São Paulo

Imagine a situação: a sua mulher (ou o seu parceiro) consegue um emprego dos sonhos em Paris e chama você para ir passar uma temporada romântica na Cidade Luz. Tinha tudo para dar certo, não é mesmo? Só que tudo dá errado para os personagens da série "The Attaché", disponível no serviço de streaming Starzplay neste domingo (14).

Na trama, o judeu Avshalom (Eli Ben David) é quem aceita sair de Israel para acompanhar a esposa Annabelle (Héloïse Godet), que recebeu o convite para ser adida da embaixada na França. Eles chegam no dia em que acontece o maior ataque terrorista da história do país. Em novembro de 2015, o Estado Islâmico matou mais cem pessoas fuziladas ou em explosões em diversos pontos da capital.

A história é inspirada na do próprio Eli Ben David, que além de protagonizar a série também a roteirizou e dirigiu. "Minha esposa chegou um dia e me disse: 'Ei, estamos nos mudando'", revelou em bate-papo com a imprensa, do qual o F5 participou. "Eu brinco que ela conseguiu esse emprego escondida de mim", conta. "Eu tenho um medo grande de perder a minha mulher, porque a amo muito, então topei ir com ela."

Ele diz que começou a pensar sobre a ironia que era um casal passar por tantas provações em Paris, considerada uma das mais românticas do mundo. "A mudança traz muitos medos e dúvidas, então comecei a escrever sobre a minha experiência, quase como se fosse um diário", explica. "Então meus contatos na TV israelita falaram que esse tinha que ser meu próximo projeto."

A princípio, ele diz que não iria atuar na produção. "Pensei que era suficiente escrever e dirigir, mas como tenho experiência de ator, pediram para eu fazer o teste", revela. "Foi muito desafiador dirigir e atuar ao mesmo tempo, não recomendo a ninguém (risos)."

Já Héloïse Godet se uniu ao projeto de forma um pouco mais tradicional. Ela mandou uma fita atuando e foi escolhida. Para quem acha que foi fácil, no entanto, ela conta que estava falando em hebreu, idioma que ela aprendeu apenas para a série.

"Eles estavam procurando uma atriz que falasse francês e hebreu", explica em entrevista ao F5. "Na época que fiz o vídeo, eu ainda não falava, decorei os fonemas e fingi que estava falando. Claro que depois tive que aprender de verdade com um professor. Fui aprendendo foneticamente, mas também tinha que entender o que estava dizendo."

Francesa, a atriz concorda que a série mostra a capital do país de forma bem diferente de outras produções, como "Emily em Paris", em que a cidade aparece luminosa e sempre muito cenográfica. "É uma abordagem ousada ao país e à experiência de morar na cidade do romantismo e do glamour", avalia.

"Nós rompemos com a ideia de que uma história de amor em Paris não pode ser esmagada pelos acontecimentos", diz. "Não de uma forma chocante, mas com os detalhes íntimos que nos esforçamos para lidar. Nem sempre o que você faz é o que você queria fazer, todos cometemos erros e temos que lidar com eles."

Godet afirma que não precisou fazer laboratório em nenhuma embaixada por um motivo muito simples. "Na verdade, minha personagem não é tão boa com diplomacia", diz, aos risos. "Ela está sempre no lugar errado, tentando lidar com aquele trabalho enquanto o país está numa de suas maiores crises."

Sobre os atentados de 2015, a atriz lembra do choque que teve ao saber o que havia ocorrido. "Foi no meu bairro, eu não estava muito longe", lamenta. "Foi em lugares que eu frequentava, eu poderia perfeitamente estar ali."

"Foi um evento que mudou a vida de todos", continua. "Porém, o que eu gosto dos franceses é que a maioria sentiu ainda mais fortemente a necessidade de aproveitar a vida depois daquilo."

Para Eli Ben David, a experiência foi diferente. "Eu nasci e cresci em Israel, sei bem o que é passar por um atentado terrorista, porque esse tipo de coisa ocorre muito no meu país", lembra. "Foi irônico porque eu pensei que indo para a Europa estava fugindo desse tipo de notícia."

Talvez essa familiaridade com o tema seja o que fez com que a TV israelense se interessasse pelo projeto com essa temática antes de alguma produtora francesa tivesse tempo de fazê-lo. "Fiquei surpreso de ninguém na França ter pensado antes", revela.

"Na TV israelense estamos acostumados a tratar desses assuntos", afirma. "Nós sempre lidamos com essas tensões pós-traumáticas e medidas de segurança, infelizmente. Claro que se estivesse fazendo esse projeto dez anos depois dos atentados seria diferente, porque o nosso ponto de vista sempre muda. Porém, confrontar a realidade é uma boa forma de enfrentá-la."

THE ATTACHÉ - Estreia

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