Cinema e Séries

'Filhas de Eva', nova série da Globo, aborda coragem para mudar em qualquer idade

Giovanna Antonelli, Renata Sorrah e Vanessa Giácomo são as protagonista da nova atração

As atrizes Giovanna Antonelli e Renata Sorrah na CCXP
As atrizes Giovanna Antonelli e Renata Sorrah na CCXP - Thiago Duran/AgNews
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São Paulo

Na festa em que comemora 50 anos de casamento com Ademar (Cacá Amaral), Stella (Renata Sorrah) decide tomar uma atitude inimaginável aos olhos da sua família e dos amigos do casal. Aos 72 anos, ela pede a separação. É com este anúncio que começa "Filhas de Eva", nova série da Globo, que estreia neste ano –a data ainda não foi divulgada. 

"Acho essa produção incrível, porque ela fala principalmente da coragem de mudar, de ter uma atitude, não importa a idade que você tenha, seja 70 anos ou 15 anos, é você ter coragem uma hora na sua vida de mudar, de dizer não, de falar: 'Isso eu não quero mais", afirmou Renata Sorrah, arrancando aplausos da plateia no painel de apresentação da série na Comic Con Experience 2019, evento de cultura pop realizado em dezembro passado, em São Paulo.  

Só que a resolução de Stella vai impactar e provocar transformações na vida de outras pessoas, especialmente de sua filha Lívia (Giovanna Antonelli), que idealizava o relacionamento dos pais e custa a perceber que o seu próprio casamento também já acabou. 

Cléo (Vanessa Giácomo) que, em princípio, só estava no local porque foi a responsável por levar o bolo da festa, também terá a sua própria vida modificada a partir de tudo aquilo.  

Segundo Martha Mendonça, uma das criadoras e escritoras da produção, a série mostra como as três protagonistas vivem diferentes tipos de prisão e que, querendo ou não, elas vão ter de mudar. No caso de Stella, a prisão é muito ligada à geração dela, de mulheres que viviam para o casamento.

Já a personagem da Giovanna Antonelli, embora seja uma psicóloga bem-sucedida profissionalmente, carrega um apego emocional do casamento perfeito, mesmo já não vivendo isso na prática. Por fim, Cléo tem uma prisão econômica por ser de uma outra classe social e também por ter baixa autoestima, algo que tem origem em suas relações familiares. 

Segundo Antonelli, que também participou no painel da CCXP, todos os personagens da trama vão passar por mudanças ao longo da série. "Nenhum termina como começou", disse ela.

Na visão da atriz, o mais bacana da série é que ela é contemporânea e fala de situações reais, que outras mulheres vão poder se identificar. "A gente não está levantando bandeira. A gente está sendo mulher, vivendo como mulher, mostrando a dor, o drama, a paixão e mais do que isso, as transformações."

Antonelli descreve o seu papel como o de uma psicóloga "careta, cheia de manias e perfeccionista", que é casada com um homem (Cléber, vivido por Dan Stulbach), que é o seu oposto. O casal tem uma filha adolescente, Dora (Debora Ozório), que também se vê abalada com tudo o que acontece ao seu redor.  

Renata Sorrah contou que o relacionamento entre mãe e filha será dos mais complicados na trama. "Elas estão em um momento com visões diferentes, a Lívia ficou do lado do pai na separação, achando que a louca era a mãe, que ela não podia nunca ter se separado, que ela é uma louca de se separar."

Antonelli também relatou que Lívia fez muitas concessões da própria vida e da própria carreira pelo casamento, o que ela jamais faria na sua vida pessoal. A atriz é casada com Leonardo Nogueira, diretor artístico de "Filhas de Eva". 

"Eu acredito que relacionamento é fazer concessão diariamente. Eu acredito em você, às vezes, deixar de fazer alguma coisa no seu dia a dia, que não te torture, para que haja paz (...) No caso da Lívia, jamais, acho exagerado. Ela abdicou de uma coisa muito importante para ela, que mais para frente ia virar uma questão", afirmou. 

DRAMA COM TOQUES DE HUMOR

Lívia e Cléo vão desenvolver uma forte amizade na trama até que um acontecimento inesperado vai abalar o relacionamento das duas. Segundo Giovanna Antonelli, a sua personagem, no seu íntimo, gostaria de ser mais desprendida como a amiga. 

Para a autora Martha Mendonça, na verdade, Cléo é mais livre porque não tem nada a perder. "Ela já perdeu tudo. Ela diz que é a guia do fundo do poço. Já a Lívia tem tudo. Então, para quem tem tudo e acha que está tudo encaixado de uma forma perfeita, é mais difícil de querer se libertar."

Para ela, além das relações familiares, corrupção e discussões sobre ética são outros assuntos que vão permear a série. Apesar dos temas densos, Nelito Fernandes, também autor e criador de "Filhas de Eva", define a atração como um "drama com respiros de humor". 

O diretor Leonardo Nogueira contou que grande parte das cenas são gravadas em locações externas do Rio de Janeiro. Mas não espere ver só praias ou o rico bairro do Leblon, famoso nas novelas de Manoel Carlos. 

Os cenários escolhidos pela produção são o centro da cidade, o Aterro do Flamengo, e bairros como Grajaú, Lapa e Santa Teresa, que, segundo o diretor, dão o ar contemporâneo da série. "O Rio está vivendo um momento muito delicado, está abandonado, largado, está sem administração..É uma maneira quase de prestar um serviço social para a cidade ao mostrar esse outro lado", disse Nogueira. 

Além de Martha Mendonça e Nelito Fernandes, "Filhas de Eva" também foi criada por Adriana Falcão e Jô Abdu. Os autores revelaram que já trabalham no desenvolvimento de uma segunda temporada da produção. 

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