Maggie Smith diz que passou a ser reconhecida nas ruas após 'Downton Abbey'
'Minha vida era normal antes da série', afirma atriz
Ícone do teatro e do cinema britânicos, Maggie Smith conquistou o carinho de um vasto público internacional no papel da rabugentea, mas terrivelmente cativante, condessa Lady Violet na série de televisão "Downton Abbey", cuja pré-estreia mundial da adaptação para o cinema acontece nesta segunda-feira (9), em Londres.
A estreia nos cinemas no Reino Unido será em 13 de setembro, enquanto que, no Brasil, o filme chega apenas em 21 de novembro.
Dois prêmios Oscar, quatro Emmys, três Globos de Ouro, um Tony, sete Baftas... Aos 84 anos, Maggie Smith conquistou um número impressionante de prêmios, destacando seu talento aos palcos e às telas.
Durante sua longa carreira, "Dame Maggie" assumiu papéis diversos, de madre superiora ao lado de Whoopi Goldberg em "Mudança de Hábito" (1992), de professora de "transfiguração" nos filmes da saga Harry Potter, acompanhante neurótica em "Uma Janela para o Amor" (1986) ou velha sem-teto em "A Senhora da Van" (2015).
Mas é o personagem da condessa de Grantham, Lady Violet, com seus comentários ácidos e mimetismo hilariante que a tornaram uma celebridade ainda mais global.
"Eu vivia uma vida perfeitamente normal antes de Downton Abbey", série vendida em mais de 150 países, reconheceu a atriz em abril de 2017 no British Film Institute (BFI). "Ia ao teatro, galerias de arte, coisas assim, sozinha. Agora já não posso mais", lamentou.
A atriz interpretou a exigente aristocrata por seis temporadas da série de televisão (2010-2015), ganhando um Globo de Ouro e três Emmys.
Depois de inicialmente se recusar a participar da adaptação da série para o cinema, a atriz finalmente concordou em encarnar novamente a aristocrata inglesa.
'INTOLERANTE COM OS IMBECIS'
Nascida em 28 de dezembro de 1934 em Ilford, Essex (sudeste da Inglaterra), Margaret Smith debutou nos palcos da Oxford Playhouse no início dos anos 1950. Depois ingressou na trupe teatral londrina de Old Vic, depois na do Royal National Theatre, onde teve mito sucesso ao lado de seu marido, o ator Robert Stephens.
Sua carreira no cinema decolou na década de 1960 e ela ganhou em 1969 o Oscar de melhor atriz por "Primavera de uma Solteirona".
No plano pessoal, seu casamento com Robert Stephens, alcoólatra, infiel e depressivo, afundou em 1973. Ela se divorciou em 1975 e se casou pouco depois com o dramaturgo Beverley Cross, com quem partiu para viver e trabalhar no Canadá.
Uma das artistas britânicas mais famosas e célebres, Maggie Smith foi nomeada Comandante da Ordem do Império Britânico em 1990 e Companheira de Honra em 2014, uma recompensa pelos serviços prestados ao país no campo das artes.
A atriz é conhecida por seu humor e sua preocupação com a perfeição. "É verdade que eu não tolero imbecis e, portanto, eles não me toleram. Por isso eu me irrito. Talvez seja por isso que sou boa o suficiente para interpretar velhas tolas", confessou ao jornal The Guardian em 2014.
Assim, destacou-se ao interpretar a esnobe Lady Constance no filme "Assassinato em Gosford Park" de 2001 de Robert Altman, cujo roteiro foi escrito por Julian Fellowes, que escreveu Downton Abbey.
"Ela pode capturar em um instante mais do que muitos atores podem transmitir em um filme inteiro. Pode ser ao mesmo tempo vulnerável, feroz, sombria e hilária e traz todos os dias para o palco a energia e a curiosidade de um jovem ator que acabou de começar", disse Nicholas Hytner, que a dirigiu em "A Senhora da Van" (2015).
Maggie Smith sobreviveu ao diagnóstico de câncer de mama em 2007 e participou das filmagens de "Harry Potter e o Enigma do Príncipe" (2009) enquanto estava no meio da quimioterapia. "Eu estava careca como um ovo", disse ao Times a atriz, que precisou usar peruca.
Ela também sofre da doença de Graves, uma doença autoimune da tireoide que causa o movimento do olho para fora de sua órbita.
Maggie Smith tem dois filhos, os atores Chris Larkin e Toby Stephens, que ela teve com o ator Robert Stevens.
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