Cinema e Séries

'A Pequena Sereia' pode ajudar a salvar os oceanos, diz Javier Bardem

Ator espanhol está em negociações para interpretar o rei Tritão

'A Pequena Sereia' pode ajudar a salvar os oceanos, diz Javier Bardem
'A Pequena Sereia' pode ajudar a salvar os oceanos, diz Javier Bardem - Valerie Macon/AFP
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Andrew Marszal
Toronto

Javier Bardem, 50, está em negociações para interpretar o rei Tritão em "A Pequena Sereia", mas o ator espanhol já visitou as profundezas do oceano em um documentário que apresentou no festival de cinema de Toronto.

Em "Sanctuary", as câmeras seguem o ator espanhol e seu irmão Carlos até a Antártica, à medida que buscam apoio para a campanha do Greenpeace para preservar o oceano sul da depredação humana.

Em certo momento, Bardem, visivelmente alarmado, aborda um pequeno submarino para duas pessoas e acompanha a coleta de amostras de espécimes afetadas pela mudança climática e pela pesca com redes de arrasto.

"Graças a Deus não sou claustrofóbico... era como um Kinder ovo", disse à AFP em Toronto. "Mas estava em boas mãos".

O ator vencedor do Oscar disse que sua mãe lhe inculcou a importância de "defender sempre as causas que considera justas, independente de qual for o seu trabalho", e em tempos recentes isso se traduziu em apostar em causas ambientais.

No mês passado ele falou nas Nações Unidas sobre a importância de um tratado mundial sobre oceanos. 

"O mundo está observando" e "não podemos nos dar ao luxo de nos equivocarmos", disse. E ao mesmo tempo afirmou que gostaria de ver mais seus colegas de Hollywood aproveitando "seu potencial alcance a milhões" de pessoas para fomentar a mudança.

Em suas conversas recentes com o diretor Rob Marshal sobre o live-action de "A Pequena Sereia", Bardem pediu a ele que acrescentasse mensagens ambientais à trama.

"Você tem que aproveitar essa história bonita e incrível escrita por (Hans Christian) Andersen e abordar a poluição dos oceanos nela", disse Bardem. "Pode-se chegar a milhões e milhões de gerações mais jovens... isso é uma coisa que filmes como esse podem e devem fazer".

Marshall, indicou Bardem, mostrou-se "muito aberto" à sugestão, mas qualquer mudança deve ser aprovada pelo estúdio. "É um grande maquinário, não é um diretor de cinema que tem seu próprio filme onde pode tomar todas as decisões... Isso é a Disney".

'PAI DE TODAS AS CRIANÇAS'

Bardem admitiu que isso não é a única coisa que o anima a cantar em "A Pequena Sereia". Tem dois filhos com a esposa, a atriz Penélope Cruz, incluindo uma menina de dois anos. "Papai será um herói! Só por isso vale a pena", brincou.

Mas a paternidade também o impulsionou a adotar a causa ambiental com mais garra. "Uma vez que você tem um filho, torna-se pai de todas as crianças do mundo. Sei que soa muito cafona, mas é verdade", disse. "Terão 18 ou 20 anos e nos dirão: 'Que vergonha! Você sabia da crise e o que você fez a respeito?".

Para Bardem, é essencial escolher papéis com mensagens importantes. Em seu próximo filme, "Dune", interpreta o líder da última tribo sobrevivente em um planeta cujo ecossistema ruiu, obrigada a reciclar saliva, suor e urina para suportar o calor. "Isso pode ser uma realidade em 20 anos", disse o ator.

Em "Sanctuary", Bardem se reuniu com políticos e transmitiu ao vivo da Antártica para impulsar uma campanha que busca coletar 1,8 milhão de assinaturas para criar a maior área protegida do mundo, uma assinatura por cada quilômetro quadrado.

Agora todos os olhares se concentram em planos mais ambiciosos para uma rede mundial de santuários que está sendo debatida nas Nações Unidas.

Bardem elogiou o trabalho da ativista Greta Thunberg e qualificou de "gigante" a greve escolar pela mudança climática no mundo todo, estimando que gerará pressão nos políticos.

No entanto, sua própria experiência na ONU em um painel cheio de cientistas do clima de alto nível deixou claro para ele que o caminho é longo. "Me irritou muito porque mais da metade da sala estava vazia. É um mau começo".

"Isto deveria estar em primeiro lugar na agenda de todos, afeta a todos nós", apontou.

AFP
Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem