Cinema e Séries

Daenerys vs. Cersei: Quem leva vantagem na última guerra de 'Game of Thrones'?

Varys comparou times de Targaryen e Lannister como 'um equilíbrio preocupante'

Pilou Asbaek e Lena Headey em “Game of Thrones"
Pilou Asbaek e Lena Headey em “Game of Thrones" - Helen Sloan/HBO
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Jennifer Vineyard

Agora que a sobrenatural batalha de Winterfell acabou e a guerra entre os humanos está a ponto de ser retomada em "Game of Thrones", qual é a força de cada lado?

Lá pela metade do episódio do domingo (5), Varys avaliou o mapa de guerra e decidiu que a comparação entre o time Targaryen e o time Lannister mostrava "um equilíbrio preocupante". E no entanto cada uma das rainhas pediu a rendição incondicional da inimiga; as duas pareciam presumir que têm chances melhores. Qual delas está certa?

À primeira vista, o time Lannister está em posição forte. Cersei tem tropas descansadas, e numerosas. A Companhia  Dourada (ainda que não tenha trazido os elefantes de guerra que todos queríamos ver) conta com pelo menos 20 mil homens, entre infantaria, arqueiros e cavalaria. Euron Greyjoy deu a Cersei a frota dos Homens de Ferro. A única coisa que falta à rainha - exceto um compasso moral -é uma força aérea.

Mas mesmo que Cersei não tenha poder de fogo superior ao de seus inimigos, ela continua em vantagem distinta sobre eles na área da estratégia. Pense em todas as batalhas contra o time Targaryen na temporada sete; Cersei venceu a maioria delas porque foi capaz de antecipar as ações de seus inimigos, e apanhá-los de surpresa.

A frota de Yara Greyjoy foi apanhada de surpresa e os rebeldes dornish foram mortos ou capturados antes de chegar ao exército dornish em Sunspear. Cersei também surpreendeu os Imaculados ao retirar suas tropas de Casterly Rock e movê-las para Highgarden, onde eliminou o exército dos Tyrrell. E agora ela está comemorando mais uma emboscada bem sucedida, graças à frota dos Greyjoy e suas bestas destruidoras de navios e dragões.

Mas o time Targaryen não é tão fraco quanto pode parecer, ainda que tenha perdido mais um dragão. É claro que seu exército acaba de sofrer pesadas baixas na batalha de Winterfell, e seus efetivos caíram (a maior parte da cavalaria dos Dothraki foi eliminada), mas ainda lhes restam muitos aliados a convocar, para reforçar os fatigados sobreviventes.

Os homens da casa de Glover, por exemplo, que não participaram da batalha de Winterfell mas continuam no norte. A casa de Reed, que também ficou de fora da batalha mas continua a ser uma aliada estreita, graças à amizade entre lorde Howland e Ned Stark. E o tio dos Stark, Edmure Tully (caso alguém se lembre de libertá-lo) e o exército dos Tully, que presumivelmente continua ativo em Riverlands, depois do sítio bem sucedido de Riverrun, na temporada seis.

Tyrion talvez ainda tenha alguma influência sobre Shagga e o pessoal da Tribo da Colina em Vale, se algum deles sobreviveu à Guerra dos Cinco Reis. Davos talvez convença seu velho camarada, o mercenário e pirata Salladhor Saan, que poderia ser persuadido (pelo preço certo) a emprestar seus navios aos Targaryen uma vez mas.

E como eles perceberam durante o conselho de guerra, seria possível retomar as coisas do ponto em que foram deixadas na temporada sete, obtendo o apoio do exército dornish (já que o novo príncipe de Dorne prometeu ajuda) e do restante da frota rebelde de Yara Greyjoy. Daario Naharis, o ex de Dany, em Meereen, continua a comandar os segundos filhos, e se tiver apoio naval suficiente poderia transportá-los a Westeros.

O time Targaryen em geral conta com o apoio da maior parte dos sete reinos, de um modo ou de outro. Se os Stark e o Targaryen considerarem que essa "última guerra" merece um esforço máximo e usarem todos os recursos de que dispõem, podem obter as forças navais e terrestres necessárias a cercar King's Landing de diversos ângulos.

Como sugeriu Sansa Stark, é hora de reorganizar, recuperar e repensar, o que significa que a estratégia é mais importante que nunca. Quase todo mundo (bem, exceto o time dos Vivos) reconhece que os planos para a batalha de Winterfell eram ruins desde o começo, e se tornaram ainda piores à medida que os combates avançavam.

Mas os preparativos para resistir a um cerco são muito diferentes dos preparativos para um ataque, e o time Targaryen não deveria presumir que o outro lado não está preparado para sua chegada, ou que Dragonstone continue desocupada depois de tanto tempo.

Essa não é a primeira vez que eles sofreram um ataque naval de surpresa pela frota de Euron Greyjoy, e nem a primeira vez que o projétil de uma besta gigante derrubou um dragão.

Dany deveria recordar Drogon imobilizado durante o ataque à caravana dos espólios, a perda de Viserion do outro lado da muralha e a quase perda de Rhaegal na batalha de Winterfell.

Ela deveria lembrar da perda da frota rebelde dos Greyjoy a caminho de Sunspear, e da frota dos Targaryen diante de Casterly Rock. Mas continua a não tratar seus dragões e seus navios como recursos preciosos, e não toma precauções de segurança nem ordena ordena missões básicas de reconhecimento.

O que aconteceu com a rede de espiões de Dany? Por que Qyburn sempre tem informações melhores do que Varys, mesmo que o time Targaryen possa consultar o corvo de três olhos? Há quanto tempo Varys vem sendo negligente em suas missões, e o que a possível deserção de seu chefe de espionagem para apoiar outro pretendente ao trono pode significar para a autoridade de Dany sobre seus aliados?

Como apontou Varys, se o número de pessoas poderosas que desejam Jon no trono de ferro, em lugar de Dany, for grande o bastante, o fato de que ele não deseja ser rei talvez não importe.

Mesmo quando Dany está mais preparada e dispõe de mais soldados, ela fracassa, porque não planeja. Suas chances de sucesso ainda são grandes, se conseguir unir suas forças e descobrir uma nova maneira de surpreender os inimigos. E os espectadores. Talvez seja esse o significado da última palavra de Missandei, "Dracarys". Um lembrete de que Dany deve buscar uma escolha melhor, que só ela pode ver.

The New York Times

Tradução de Paulo Migliacci

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