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Celebridades
Descrição de chapéu Gal Costa

'Órfãos' de Gal Costa seguem cantando em cortejo até as dunas após missa de 7º dia

Maria Bethânia contratou violoncelista para fazer a homenagem à amiga na igreja

Missa de sétimo dia da cantora Gal Costa, no Rio
Missa de sétimo dia da cantora Gal Costa, no Rio - Cleo Guimarães/Folhapress
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Rio de Janeiro

Antes da missa de sétimo dia de Gal Costa começar, nesta terça-feira (15), Giulia Gam passou direto pela porta da igreja de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema (zona sul do Rio), e seguiu sob a chuva fina para a padaria em frente.

Ela comprou uma caixa de velas, conferiu sua imagem no espelho e seguiu. Ainda faltava mais de uma hora para o início da celebração, que começou ao som dos acordes de "Força Estranha" e do prelúdio da primeira suíte de Bach.

O mix de MPB com música erudita foi tocado pela violoncelista da Orquestra Sinfônica Brasileira Janaína Salles.

Foi Maria Bethânia quem a contratou para fazer a homenagem à amiga na igreja, e, antes de se apresentar, Salles dizia que não seria um trabalho dos mais fáceis. "Meu maior desafio vai ser não chorar", admitiu.

Sophie Charlotte, intérprete da cantora no filme "Meu Nome É Gal", de Dandara Ferreira e Lô Politi (com estreia prevista para março), também estava bem emocionada. "Eu a idolatrei a vida inteira", disse. A atriz contou que trocou ideias com Gal muitas vezes durante as filmagens, "e ela sempre foi muito carinhosa".

Até mesmo Padre Jorjão, com 30 anos de ordenação e um currículo recheado de missas e batizados de famosos (Tom Jobim, Marília Pera, Renato Russo e Paulo Gustavo, para citar alguns), dizia que esta seria especial.

"Fui muito marcado pela música dela, aquela do ‘É preciso estar atento e forte’ ["Divino Maravilhoso"] é das mais importantes para mim", disse Jorjão, ele mesmo um pop star no Rio e no bairro de Ipanema.

A missa terminou da mesma forma que começou: com uma música ligada ao universo de Gal. "Alguém Cantando", do álbum "Bicho", de 1977, fez com que lencinhos fossem tirados da bolsa e arrancou lágrimas e uma longa salva de palmas dos presentes.

Em seguida, o gran finale: as Bachianas nº 5, de Villa Lobos, ao violoncelo. Outro gentil oferecimento de Bethânia, que não esteve presente pessoalmente, mas de coração.

Ao final, um cortejo organizado nas redes sociais por Luana Carvalho, filha de Beth Carvalho, saiu com parte dos presentes cantando músicas da cantora. "A ideia é ir caminhando e cantando até as dunas", disse Luana, referindo-se ao local que a cantora frequentava na Praia de Ipanema, ponto da contracultura no final dos anos 1960, início da década seguinte.

O prefeito Eduardo Paes (PSD), aliás, prometeu batizar o lugar oficialmente como Dunas da Gal e erguer uma estátua em homenagem à baiana. O percurso entre a igreja e as dunas (que não existem mais) é de cerca de 600 metros. Algumas pessoas que estavam nos bares pelo caminho se juntaram à homenagem.

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