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Celebridades

Tonico Pereira: Em crise, ator vende bens e adia troca de prótese

Ele acaba de filmar o longa 'O Velho Fusca' e, na vida real, teve que se desfazer de carros antigos

Tonico Pereira e Caio Manhente nos bastidores do filme 'O Velho Fusca'

Tonico Pereira e Caio Manhente nos bastidores do filme 'O Velho Fusca' Divulgação/Paulo Porto

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São Paulo

Da vida profissional, até que Tonico Pereira, 74, não tem muito do que se queixar. O ator acabou de filmar "O Velho Fusca", longa dirigido por Emiliano Ruschel, e também reestreou uma curta temporada do monólogo "O Julgamento de Sócrates", no Teatro XP, no Rio de Janeiro, após dois anos longe dos palcos. Trabalho não vem faltando, mas dinheiro na conta que é bom, nada. "Estou praticamente falido", diz.

Apesar dos mais de 50 anos de carreira, a falta de grana é um fenômeno recorrente em sua vida. Tonico, no entanto, sempre se virou. Já foi dono de peixaria, botequim, loja de automóveis, de parafusos... Agora ele tenta reforçar o caixa com um brechó, em Botafogo, na zona sul do Rio. Não está conseguindo.

"Não está dando lucro", resume. "Somos vítimas dessa situação, que é pandêmica e governamental", analisa o ator, que se diz negativamente surpreso com certas atitudes em tempos de crise. "Os proprietários aumentaram o aluguel, é uma loucura isso, não tem solidariedade nenhuma."

Para sair do vermelho, Tonico precisou vender cinco de seus carros antigos, além de se ver obrigado a poupar em outra área. Mais íntima, digamos assim. A crise nas finanças fez com que o ator adiasse a troca de sua prótese peniana. O assunto, abordado assim, numa entrevista, poderia deixar muita gente cabreira. Mas Tonico fala sobre isso numa boa.

Ele chegou até a mostrar esses novos detalhes de sua anatomia em um ensaio (nu) clicado pelo polêmico fotógrafo Terry Richardson, há coisa de uns oito anos. De lá para cá foi ficando cada vez mais difícil fazer a manutenção, e o susto maior veio agora, ao receber o médico o orçamento para a cirurgia: R$ 25 mil -sem incluir neste valor a internação e a prótese, propriamente dita.

"A internação é caríssima, tive que adiar", diz o artista, que se define como "a própria comorbidade em pessoa". É que, além do problema com a prótese, ele vem frequentando hospitais e consultórios médicos com mais frequência do que gostaria.

Pereira já superou o câncer quatro vezes, tem DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), teve três diverticulites e dezenas de pneumonias. Em junho, esteve internado para tratar uma traqueobronquite. "Eu não sei de onde vem essa minha energia para entrar em palco. Às vezes estou doente, entro em palco e me curo durante o espetáculo", diz. "Acho que essa coisa de você trabalhar no que gosta."

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