Letícia Spiller tem pedido negado na Justiça para desativar links no caso Melhem
Entrevista concedida por ela dividiu opiniões
A atriz Letícia Spiller, 48, teve uma derrota na Justiça após ter uma liminar negada pelo juiz Luiz Felipe Negrão da 3ª Vara Cível do Fórum Regional da Barra da Tijuca. A informação foi divulgada primeiramente pelo colunista Ancelmo Gois e confirmada pelo F5.
A artista queria que o Google Brasil desativasse o acesso a mais de 70 links veiculados ao site de buscas referentes a uma entrevista dada por ela sobre o caso Marcius Melhem.
Segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no processo, Letícia entendia que os links atingiam a sua imagem, já que veiculam trecho da entrevista que passaria a impressão de que a atriz apoiaria o ex-diretor da Globo nas acusações de assédio.
Na decisão que negou a liminar, o magistrado destacou que o Google é apenas "o proprietário e operador de um motor de busca, não um provedor internet de hospedagem ou um provedor internet de conteúdo".
Ele entendeu que "os direitos sobre os conteúdos indicados são de propriedade de terceiros" e que não há ligação com a ré. Procurada, Letícia Spiller não respondeu as solicitações.
Em dezembro de 2020, Letícia chamou o ex-diretor e ator da Globo Marcius Melhem, acusado de assédio sexual e moral, de "mártir" e também opinou que ele tinha um "bom coração". Ela ainda disse saber de outros casos similares de diretores assediadores.
Durante entrevista ao canal de YouTube Programa Reclame, disse que conheceu Melhem e que ele nunca pareceu ser uma pessoa agressiva. "É uma pessoa muito querida. É duro receber uma notícia assim de uma pessoa querida, de bom coração. Mas acho que as mulheres têm de ter coragem para falar. Esse tipo de coisa não pode existir", opinou.
Na sequência, deu detalhes sobre outros casos que ficou sabendo. "Já ouvi outros casos de assédio de diretores que abusam do poder para assediar uma jovem atriz. Teve vários casos não só o Marcius. O Marcius está virando o mártir da situação, mas tiveram muito outros casos na empresa", comentou ela que começou no teatro ao lado de Marcius Melhem.
A defesa de Melhem argumenta que ele sequer é réu em qualquer processo até agora. Em janeiro deste ano, a promotora Gabriela Manssur, da Ouvidoria das Mulheres do Conselho Nacional do Ministério Público, encaminhou a promotores do Rio de Janeiro o depoimento de oito mulheres que acusam o ex-diretor da TV Globo Marcius Melhem de assédio sexual.
Esse passo, no entanto, ainda não resultou em uma ação judicial que torne Melhem réu. As ações que correm na Justiça sobre o assunto são movidas por ele. No âmbito cível, ele já teve negada a suspensão de publicações feitas em redes sociais por Danilo Gentili, que ele também considerou ofensivas, mas a juíza que analisou a ação tratou o fato como "liberdade de expressão".
Conseguiu ainda que Rafinha Bastos, outro alvo de ação cível, retirasse do ar um vídeo que o satirizava, e que o youtuber Felipe Castanhari suspendesse publicações consideradas ofensivas.
Recentemente, a Piauí teve negada pela Justiça a publicação de novos dados sobre o caso, sob a alegação de segredo de Justiça, o que se estendeu também a Melhem para apresentar informações em sua defesa.
Melhem também move ação contra Daniela Giusti Barra, a Dani Calabresa, decisão tomada após ela não ter desmentido nem confirmado a reportagem da Piauí que a apresentou como vítima de assédio dele.
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