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Celebridades
Descrição de chapéu The New York Times

Mariah Carey é mais uma famosa a lançar bebida, mas encontra barreiras

Apesar do nome Black Irish (Irlandês Preto), drink não chega ao país

Mariah Carey - Instagram/mariahcarey
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Claire Fahy
The New York Times

A cantora Mariah Carey, ao anunciar sua nova marca de bebida, no mês passado, disse que o nome do produto seria Black Irish, em homenagem ao seu pai, que era negro, e à herança irlandesa de sua mãe. Mas pelo menos por enquanto o produto não poderá ser vendido na Irlanda ou no restante da União Europeia.

Há mais de um ano, a linha de licor cremoso irlandês de Carey está envolvida em uma disputa com a Darker Still Spirits, uma fabricante irlandesa de bebidas alcoólicas que controla a marca registrada Black Irish na Europa desde 2015. Representantes de Carey e de sua marca não responderam a pedidos de comentário.

Richard Ryan, um dos diretores da Darker Still, disse que estava confiante na validade da marca registrada de sua empresa, e criticou as táticas usadas por Carey para tentar chegar ao mercado europeu. “Não se pode assimilar a cultura irlandesa quando você na verdade está fazendo tudo que pode para prejudicar uma legítima empresa irlandesa”, ele disse.

A Darker Still registrou sua marca em março de 2015 e lançou oficialmente um produto chamado Black Irish, que é uma mistura de cerveja preta com uísque, em junho de 2020. Representantes de Carey, por meio de uma empresa chamada Lotion, pediram o registro da marca na Europa em janeiro de 2020 e mais tarde buscaram registrar como marca a expressão “A Cause for Celebration Black Irish” –o que foi negado pelo Escritório de Propriedade Intelectual da União Europeia.

O serviço de marcas registradas informou que não comenta sobre casos individuais. As autoridades europeias continuam a avaliar a situação da marca registrada Black Irish, de acordo com John Herzog, sócio de Carey em uma empresa chamada Splashes Beverages. Essa empresa buscou registrar a marca Black Irish em janeiro de 2021.

“Esperaremos que o EUTM decida se a marca é válida ou não”, disse Herzog, usando a sigla do escritório europeu de marcas registradas. “O que essa coisa toda tem de mais bonito é que todas as decisões são factuais. Não há opiniões, não há hipóteses. Só fatos. E o EUTM tomará sua decisão com base em fatos”.

Em março, uma empresa chamada Herzog Holdings também sinalizou que buscaria a revogação de duas marcas registradas pela Darker Still, de acordo com uma carta do escritório de advocacia Finnegan Europe.

Ryan afirmou que a notificação foi feita em um esforço para criar pressão na disputa. Herzog negou que exista qualquer conexão entre a carta e a disputa pela marca registrada Black Irish. Ele também afirmou que nenhuma ação havia sido tomada com relação às duas outras marcas.

Alexander Klett, sócio no escritório de advocacia Reed Smith e especialista em lei europeia de marcas registradas, que não está envolvido no caso, disse que disputas como essa são “bastante comuns”: e que o caso de Carey estava “meio emperrado”.

“A única coisa que você pode fazer é pedir um registro de marca, o que ela obviamente fez”, ele disse. “Mas esse pedido de marca tem uma data posterior, o que configura um direito mais fraco se comparado ao da marca registrada mais antiga e preexistente da companhia irlandesa”.

Ryan disse que embora a disputa tenha causado dores de cabeça à sua empresa, também atraiu publicidade. “Fiz uma busca sobre Mariah Carey uma semana atrás”, ele disse. “Em uma busca de imagens no Google, por cerca de meia hora minha imagem apareceu antes. Meus pais vão ficar orgulhosos”.

Ryan disse que a bebida de sua empresa, embora não seja um licor cremoso irlandês, também está muito vinculada à identidade do país.

“Somos irlandeses, literalmente”, disse Ryan. “Demos o nome de Irish à bebida porque ela contém predominantemente uísque irlandês. E Black Irish porque ela é preta. O líquido é preto. E a bebida é irlandesa”.

O produto de Carey está disponível nos Estados Unidos, ao lado de marcas de bebidas de outras celebridades, como os atores George Clooney e Ryan Reynolds, a modelo Kendall Jenner e o boxeador Conor McGregor, que vendeu sua marca de uísque em março por US$ 300 milhões (R$ 1,6 bi).

Texto traduzido originalmente do inglês por Paulo Migliacci

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