Após ataque racista, Cacau Protásio pede que fãs respeitem trabalho de bombeiros
'Se não tivesse recebido esse carinho todo, não sei se teria continuado', agradeceu
A atriz Cacau Protásio, 44, que sofreu um ataque racista em um quartel de bombeiros na última semana, gravou um vídeo agradecendo o apoio que recebeu das pessoas e pedindo para que elas não generalizem ou desrespeitem o trabalho do corpo de bombeiros.
"Vim agradecer todas as mensagens de carinho que recebi, de anônimos, de famosos, de pessoas que conheço e não conheço, dos meus familiares... Muito obrigada. Se não tivesse recebido esse carinho todo, não sei se teria conseguido ou continuado. Ainda estou triste, mas o amor, a alegria é muito maior", afirma a atriz em vídeo publicado em sua conta no Instagram.
Em seguida, ela faz um apelo e diz que gostaria que as pessoas "continuassem a ter respeito à corporação dos bombeiros". "A instituição é maravilhosa, salva vidas", diz ela, lembrando que quando foi denunciar o ocorrido em uma delegacia, ficou presa no elevador e foi salva por um bombeiro.
"Vocês têm minha gratidão e meu respeito. Infelizmente tem elementos lá que não representam essa farda tão linda. Mas, infelizmente, nosso mundo é assim", conclui.
Cacau foi vítima de ofensas racistas e gordofóbicas ao terminar de gravar cenas de seu próximo filme, “Juntos e Enrolados”, em um quartel dos bombeiros no dia 23 de novembro, no Rio de Janeiro.
Em mensagens compartilhadas por agentes da própria corporação no WhatsApp, que foram vistas pelo colunista Léo Dias, do UOL, um dos bombeiros diz: “Olha a vergonha no pátio do quartel central. Essa mulher do ‘Vai que Cola’, aquela gorda, botou a farda e colocou uns dançarinos viados com roupa de bombeiro. Isso é um esculacho, rapaz. Qual é a desse comandante? Vai deixar uma putaria dessas no pátio do quartel?”
Outro bombeiro estende as ofensas também ao governador do Rio, Wilson Witzel, que ele chama de “um comédia, um cuzão”. “De comédia pra viado é um pulo. Mete aquela gorda, preta, filha da puta na farda de bombeiro. Uma bucha de canhão daquela, um monte de bailarino viado quebrando até o chão”, comentou outro.
Cacau, que havia agradecido aos bombeiros após a gravação, lamentou o ocorrido em um vídeo publicado no Instagram, aparentemente bastante abalada. Nas imagens, ela explica que interpreta uma sargento dos bombeiros em seu novo filme: “Eu faço filme, conto história”, afirmou ela.
“Tem um bombeiro que fez um vídeo de uma cena solta e espalhou por aí, e espalhou o vídeo com um áudio me xingando de negra, gorda, filha da puta, cambada de viado. Racismo é preconceito, se ele não sabe. E isso é muito triste. Não entendi por que tanto ódio”, afirmou a atriz em suas redes sociais.
Cacau ainda continuou: “Sou negra, sou gorda, sou brasileira, sou atriz, eu conto histórias, conto ficção. Não mereço ser agredida, assim como nenhuma pessoa. Eu respeito a opinião de alguns bombeiros que dizem que ‘ah, eu não acho certo’, mas vai ver realmente a história antes de agredir”.
Famosos também saíram em defesa da atriz, como Maria Ribeiro e Érico Brás. Procurado, o Corpo de Bombeiros do Rio afirmou que “não compactua com qualquer ato discriminatório”. A corporação afirmou ainda, em nota, que se solidariza com a atriz Cacau Protásio e que já abriu procedimento interno para identificar os militares por trás dos ataques a ela e apurar a conduta.
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