Celebridades

Matheus Nachtergaele afirma que a 'política hoje em dia me dá medo'

Ator grava 2ª temporada de 'Filhos da Pátria', que aborda a corrupção no Brasil

Matheus Nachtergaele como Olegário de 'Cine Holliúdy'

Matheus Nachtergaele como Olegário de 'Cine Holliúdy' Divulgação

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Rio de Janeiro

​Medo e desânimo são duas palavras que o ator Matheus Nachtergaele, 51, utiliza para definir o que sente quando pensa em política. Para ele, as pessoas estão divididas quanto ao rumo que devem oferecer para a humanidade.

O ator afirma que na "era Temer" [ex-presidente Michel Temer] tudo estava muito obscuro, mas que agora, segundo ele, as coisas estão muito claras para quem tem olhos atentos e se interessou minimamente por política.

"Projeto humano não combina com o projeto do capital, e a gente tem optado pelo capital. O humano às vezes parece estar definitivamente enterrado, sabe? E eu me sinto assustado e ao mesmo tempo feliz em fazer parte de uma das profissões que trabalha com a manutenção do projeto humanista”, diz o ator.

Ele cita a medicina, a filosofia e a educação como outros exemplos de ofícios que, de acordo com ele, se voltam para a cultura mais humanista e que agora, afirma, são renegados a segundo plano. "A separação da natureza mais bestial não aconteceu para o capitalismo. Isso foi um processo, um caminho. Aconteceu para o humanismo, para que a gente fosse feliz na terra. Não conseguimos, mas estamos a caminho. A política hoje em dia me dá medo”, afirma.

Recentemente na TV aberta, ​Nachtergaele interpretou o o prefeito Olegário, de Cine Holliúdy (Globo) –série que foi encerrada em 23 de julho com segunda temporada garantida. "[A série] Foi uma trégua para podermos, todos juntos, falar sobre política e cultura brasileira de uma maneira suave e voltar a gostar de ser Brasil, todos juntos (...) Fizemos com esse sentido. E fomos agraciados com um grande sucesso. As pessoas agradecem na rua. E são todos: o esquerdista, o bolsonarista, a senhora evangélica, a moçada do skate…”, comemora o ator.

O intérprete do prefeito considera que a atração é política na medida em que não há nenhum tipo político afirmativo total. “As facetas de todas as coisas são expostas com graça." Já a série “Filhos da Pátria”, na qual Nachtergaele interpreta o corrupto Pachecho, possui um tom mais acusativo.

A primeira temporada da série foi exibida em 2017 e era ambientada em 1822, após a independência do Brasil. Já a segunda, que deve estrear em setembro deste ano, se passa no Brasil da Era Vargas. "Essa é mais acusativa, porque é sobre corrupção mesmo. A primeira temporada se passou em 1822, e agora é a corrupção na era Vargas, nos anos 1930. É um negócio mais raivoso. Pacheco é essa mistura corrupta. É uma comédia, mas tem uns pontos mais pesados.”

Nachtergaele afirma que o autor, Bruno Mazzeo, gostaria que a atração tivesse ainda mais temporadas. “Acho que ele gostaria de chegar até o impeachment de Dilma."

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