Zezé Di Camargo é criticado após dizer que morte de Marielle Franco se tornou 'palanque político'
Cantor afirmou que estão usando 'uma barbárie para politicagem'
Em meio a onda de comoção entre artistas com a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada na semana passada, o cantor Zezé Di Camargo, 55, causou polêmica ao publicar um texto comparativo, em seu Instagram, sobre a morte da médica Gisele Gouvêa, em 2016, durante uma tentativa de assalto.
Segundo o texto compartilhado pelo músico —e cuja autoria é desconhecida—, a morte da médica "não preenchia os requisitos necessários para uma mobilização nacional". "Embora mulher, não era negra, não era pobre, não era feminista, não era militante de partidos políticos, não frequentava os círculos LGBT, não era MTST, CUT ou PSOL, não estava dentro dos programas de assistências de cotas do Governo", diz outro trecho.
Ativista de direitos humanos e crítica da violência policial, Marielle, que era negra e feminista, foi morta com quatro tiros na cabeça em crime com indícios de ter sido premeditado, no Estácio, zona norte do Rio. A maior parte dos disparos foi efetuada do lado direito do veículo, na parte do banco de trás, onde estava a vereadora. O motorista também morreu atingido por três tiros nas costas, e uma assessora sobreviveu sem ferimentos graves.
Quando morreu, atingida por uma bala na cabeça, em julho de 2016, Gisele estava sozinha no seu carro e trafegava pela Linha Vermelha, também na zona norte do Rio. A médica era diretora da Clínica da Família de Vila de Cava, em Nova Iguaçu, município da região metropolitana do Rio.
Na época, o crime provocou comoção entre moradores de Nova Iguaçu, que usaram as redes sociais para lamentar a morte de Gisele e elogiar a forma como ela atendia os pacientes. A médica era casada com o cirurgião plástico Renato Palhares, também conhecido na cidade.
'MINHA OPINIÃO'
Na legenda da publicação, feita neste sábado (17), Zezé convida seus seguidores a "refletirem" e diz que tem o direito de expressar sua opinião.
"Vamos refletir?!!! Como cidadão tenho direito de expressar minha opinião (opinião). Aos que concordam comigo, obrigado!! Aos que divergem, apenas conteste sem ofensas. Lembrando, apenas, que o texto não é meu. Repostei, porque achei coerente e verdadeiro. Parabéns ao autor!! Transformar uma barbárie em politicagem, não!!!", escreveu o músico, sem citar o nome de Marielle.
Nos comentários, Zezé respondeu algumas críticas. "Toda morte é uma morte, o que estamos lamentando no caso da Marielle é que ela foi morta apenas por defender a igualdade e justiça no país", disse uma seguidora.
Ao que Zezé respondeu: "O Que estou dizendo, é depois da morte dela, tem muitos partidos políticos, transformando a morte dela num palanque". Também em resposta a outro seguidor, o sertanejo escreveu: "Mais uma vez vou explicar!! Não estou contestando a repercussão do caso. O que quiz dizer é sobre o proveito político que estão fazendo com a morte dessa moça. Estão transformando a morte dela num palanque político!! Veja a frase que falo: USAR UMA BARBÁRIE PARA POLITICAGEM, NÃO!!"
O F5 tentou contato com a assessoria do músico para comentar o caso, mas não obteve respostas até a publicação deste texto.
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