Indonésia pode colocar Leonardo DiCaprio em 'lista negra' após críticas à indústria de óleo de palma
A Indonésia pode banir o ator Leonardo DiCaprio de retornar ao país por comentários publicados na internet em que ele critica o impacto da indústria de óleo de palma sobre as florestas tropicais.
DiCaprio viajou para a Indonésia com um visto de turista e, no último domingo (27), visitou o Parque Nacional Gunung Leuser, na Província de Aceh, no nordeste do país.
"Um grande centro de biodiversidade... Mas a expansão do óleo de palma está destruindo este lugar único", disse o ator.
Se estes comentários forem considerados uma "incitação" pelo governo, ele pode ser impedido de entrar no país no futuro, disse uma alta autoridade indonésia à BBC.
"Pelos termos de seu visto e permissão de imigração, Leonardo DiCaprio não fez nada errado. Ele entrou e saiu da Indonésia legalmente. Mas ainda estamos investigando", afirmou Heru Santoso, porta-voz do diretor-geral do departamento de imigração do país.
"Se suas publicações em redes sociais forem categorizadas como incitação ou provocação, podemos colocá-lo em uma lista negra e proibí-lo de voltar à Indonésia."
Ativismo
Não é a primeira vez que uma estrela de Hollywood se envolve em problemas com a Indonésia por seu ativismo ambiental.
O ator Harrison Ford foi ameaçado com deportação em 2013 por "perseguir instituições estatais" após entrevistar o ministro de Florestas sobre a extração ilegal de madeira.
Em um post na sua conta no Instagram, DiCaprio disse estar trabalhando para salvar o ecossistema de Gunung Leuser, "o último lugar da Terra onde orangotangos, tigres, rinocerontes e elefantes coexistem na natureza selvagem".
No Twitter, ele publicou o link de uma petição endereçada ao presidente da Indonésia, Joko Widodo, para que a área seja protegida.
Alguns membros do governo o acusaram de realizar uma "campanha mentirosa" contra o governo e a indústria de óleo de palma do país, uma das maiores de sua economia.
Mas Farwiza Farhan, do grupo Floresta, Natureza e Meio-Ambiente de Aceh, disse à BBC indonésia que o ator não fez nada de errado.
"A acusação não faz sentido, porque essas campanhas são feitas por movimentos locais", disse ela. "Ele apenas as apoiou. Turistas podem vir e dar sua opinião. Quando chegou, Leo ficou chocado com a névoa espessa e nos perguntou: 'Isso são nuvens ou fumaça?'."
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