Celebridades

Até eu estou farto de tanto Ricardo Darín, diz o próprio

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Puxe pela memória e pense em um filme argentino de que tenha gostado. Há uma boa chance de que o protagonista dele seja Ricardo Darín.

"Nove Rainhas" (2000), "O Filho da Noiva" (2001), "O Segredo dos Seus Olhos" (2009), "Abutres" (2010).

A lista de sucessos no Brasil é tão grande que o sujeito boa-praça de olhos verdes e biótipo de libanês é motivo de piada: seria Darín o único ator argentino existente?

"Um jornalista falou que, certa vez, existiam seis filmes em cartaz comigo na Espanha. É uma loucura, nem Al Pacino tem isso. Você investiga e descobre que a distribuidora ganhou dinheiro com meus primeiros filmes e mandou comprar tudo que tivesse meu nome", diz o ator, em Cannes, onde promove "Relatos Salvajes", recebido calorosamente no festival.

No Brasil não é diferente. Nenhum filme com ele deixa de ser exibido. "Relatos Salvajes" sairá pela Warner no segundo semestre. Agora, está em cartaz nos cinemas brasileiros "O Que os Homens Falam", em que ele interpreta um marido traído.

"Até eu estou farto de Ricardo Darín", ri ele. "Não suporto levantar de manhã, porque quando me olho no espelho, penso: 'Você de novo?'."

Crédito: Yves Herman - 17.mai.2014/Reuters Ricardo Darín durante coletiva no festival de Cannes
Ricardo Darín durante coletiva no festival de Cannes

É brincadeira, mas existe em Darín uma modéstia que não é falsa e é rara entre atores. Talvez explique um pouco o fato de ele ser tão querido, mesmo não sendo um galã de queixo quadrado e peitoral definido, e sim o tipo de sujeito que se encontra em qualquer esquina.

"Não sou idiota e não vou dizer que não mereço esse carinho, mas creio que isso se deve aos filmes", diz Darín. "Tive a sorte de fazer obras populares. As pessoas começam a achar que conhecem aquela pessoa por trás do personagem. Mas é sorte."

Difícil acreditar que esse seja o ingrediente do protagonista de "O Segredo dos Seus Olhos", única produção da América do Sul a ganhar o Oscar de melhor filme estrangeiro em 20 anos.

VIDA INGRATA

"Tive toda a sorte que meus pais, também atores, não tiveram. Custou muito para que eles tivessem seu trabalho reconhecido. Meus pais sofreram muito com a profissão", recorda-se ele, que tem uma irmã atriz e o filho começando na mesma carreira.

"A vida dos atores é muito ingrata. Há muitos deles muito mais talentosos, mas desempregados, porque não tiveram sorte ou oportunidade. Vejo meus amigos lutando para sustentar suas famílias. Sou um privilegiado."

Ele está em cartaz no teatro com "Cenas de um Casamento", de Ingmar Bergman, em Buenos Aires. Recebeu propostas para levar a peça a Porto Alegre, no segundo semestre. Antes, diz que verá a Copa em casa mesmo.

"Brasil e Argentina precisam jogar bem na primeira fase para ganharem confiança. Se isso acontecer, adeus", diz. "Mas essa Copa é do Brasil, no Brasil. É como fazer testes de atores na casa de Marlon Brando."

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