Celebridades

Colin Farrell cansa de contracenar com armas e quer ser ator sensível

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Colin Farrell está cansado de carregar armas. Ele quer drama! "Gostaria de me desculpar por alguns filmes que fiz", diz o galã irlandês com uma risada, formando covinhas graciosas na barba malfeita.

O ator de 37 anos, solteiro e pai de dois meninos, não cita quais bombas gostaria de ver sumir do currículo, mas sem dúvida poderíamos ter passado sem o remake de "O Vingador do Futuro" (2012) ou o mais recente "Sem Perdão" (2013). De fato, ele andou acertando mais nas comédias, como nos divertidos "Sete Psicopatas e Um Shih Tzu" (2012) e "Na Mira do Chefe" (2008).


"Não sei por que fiz tantos filmes em que era perseguido ou tinha que correr atrás de alguém com uma pistola. Não sou fã de armas, não gosto disto", explica Farrell, de óculos de aros grossos que quase o fazem passar por um intelectual, não fossem os brinquinhos nas duas orelhas, um anel grosso no dedinho esquerdo e pulseiras nos braços. "Talvez meus gostos estejam mais refinados, talvez também por ser pai. Ainda gosto de ver filmes de ação. E, você sabe, não dá pra dizer que não vou fazer de novo..."

Mas, por enquanto, pode dizer que dessa água não beberá. Agora é no drama que ele investe suas fichas, atuando em dois filmes que estreiam no Brasil em fevereiro. O primeiro é "Walt nos Bastidores de Mary Poppins" (7/2), no qual faz o pai beberrão e fracassado da autora dos livros sobre Mary Poppins.

O filme tem boas chances de Oscar e é protagonizado por Tom Hanks (Walt Disney) e Emma Thompson (a escritora P.L. Travers).

"Tenho mais orgulho de ser ator coadjuvante neste trabalho do que de muitos outros nos quais fui protagonista", fala. "Há uma doçura, uma emoção. Vi caras durões que ficaram bem tocados, tentando esconder lágrimas no cinema."

Farrell também estrela "Um Conto do Destino" (21/2), uma história sobrenatural sobre um ladrão que se apaixona por uma herdeira com saúde frágil na Nova York do começo do século 20 e que se vê reencarnado nos dias de hoje para tentar salvá-la. "Foi feito de maneira bem fantástica. É um roteiro estranho, único, não existe filme parecido. E não sei se isto é bom ou ruim, é a verdade", explica, dando outra risada.

Adaptado de um livro do escritor americano Mark Helprin, "Um Conto do Destino" é a estreia na direção do roteirista Akiva Goldsman, ganhador do Oscar pelo seu trabalho no filme "Uma Mente Brilhante", e traz no elenco antigos parceiros do diretor, como Jennifer Connelly e Russell Crowe. O par de Farrell é a inglesa Jessica Brown Findlay, conhecida como a Lady Sybil da série "Downton Abbey". O ator viu apenas alguns capítulos do seriado no avião.

Quando em casa, ele só gosta de assistir "The Biggest Loser", um reality show sobre perda de peso. "Eu amo! É sobre um monte de gente se unindo para se salvar", diz com uma voz fofinha, franzindo as sobrancelhas grossas. "E eles não são maus ou mesquinhos como nos outros programas, são doces e sinceros. Amo quando eles choram!"

Apesar dos romances nas telas, Farrell não se vê como um cara romântico. Os brinquinhos e as correntinhas de prata realmente lembram mais um rebelde sedutor e destruidor de corações. "Se sou romântico? Você teria que perguntar para alguns fantasmas do meu passado", conta. A lista é extensa. O ator já se envolveu com nomes como Angelina Jolie, Britney Spears, Demi Moore e Michelle Rodriguez. "Pensando bem, melhor não. Você não conseguiria arrancar uma resposta honesta delas."

Crédito: Jeff Vespa/Getty Images
Ator Colin Ferrell se desculpa por ter feito alguns filmes em sua carreira

Feliz com a solteirice de quatro anos, o galã tenta convencer a repórter de que o que realmente o atrai numa mulher é a gentileza. "Claro que senso de humor e de aventura são importantes. Mas gentileza é o que me atrai, honestamente. É a habilidade de tratar o mundo a sua volta com respeito."

Com esta deixa, faço uma pergunta séria, sobre sua Irlanda natal. Entre idas e vindas, Farrell está em Los Angeles há 13 anos. Comprou uma casa faz oito anos e por aqui criou raízes. Ele não frequenta bares locais, tem um pequeno grupo de amigos íntimos e é visto com frequência saindo da ioga em West Hollywood, às vezes sem camisa (dando a entender que os anos loucos de drogas e álcool ficaram para trás).

"Amo a Irlanda, mas meu coração está muito bem cuidado aqui. Meus filhos estão aqui, minhas irmãs e minha mãe também. Amo a natureza, os morros, a luz e o pôr do sol de Los Angeles", diz.

Apesar da vontade de renegar o passado, contudo, o próximo trabalho de Farrell será um filme de ação, com direito a armas e corre-corre. Desta vez, com a direção de um brasileiro, Afonso Poyart ("Dois Coelhos"). "Solace", que tem Anthony Hopkins no elenco, é a história de um médium que volta a trabalhar com o FBI para ajudar a prender um assassino.

"Afonso trouxe um pouco deste estilo de filmagem urbana brasileira, com a câmera na mão, aquela coisa frenética, cheia de energia", conta Farrell, que adorou "Dois Coelhos". "Talvez isto seja um reflexo do Carnaval?", pergunto. "Não sei, nunca fui, estou esperando ser convidado."

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