Com fama de conquistador, Fred é sucesso dentro e fora de campo
"O Fred vai te pegar!", grita a torcida do Fluminense, procurando intimidar o time adversário com a presença do artilheiro em campo. "O Fred vem me pegar!", respondem as "frednáticas", em um misto de apoio ao time e expectativa ingênua de que o atacante corresponda ao pedido.
Essa tem sido a vida de Frederico Chaves Guedes, 29, no Fluminense. E a cena pode se repetir nos jogos do Brasil na Copa das Confederações. Fred foi convocado para a seleção e é uma das grandes esperanças de gols do time brasileiro.
Ídolo máximo da torcida do clube pelo qual conquistou o título e a artilharia do último Campeonato Brasileiro, o jogador tem chamado cada vez mais a atenção do público feminino, mas não exatamente pelo que faz com a bola no pé.
Chamado de "Don" por seus companheiros do Fluminense, o apelido revela a fama de conquistador amealhada por Fred entre seus colegas. O atacante já foi visto na companhia de mulheres como as gêmeas do nado sincronizado, Bia e Branca Feres, e a ex-miss Brasil Larissa Costa.
"A galera exagera um pouco", diz Fred, que jura que "leva a vida em um estilo bem mineirinho, muito sossegado". Só porque ele quer, porque, se dependesse das "frednáticas", alcunha destinada àquelas torcedoras apaixonadas pelo, digamos, futebol do atacante, Fred não teria sossego.
A exposição da faceta conquistadora do jogador ganhou ainda mais força em fevereiro, quando ele protagonizou um vídeo que fez sucesso na internet. O filme mostra Fred parando o carro, em meio a uma avenida movimentada de Belo Horizonte, para abordar uma morena em uma motocicleta.
"O que você faz, além de sucesso?", pergunta à moça. Izabela Araújo, a morena, balbucia algumas palavras em resposta e logo dá um selinho no conquistador. O vídeo, feito por um amigo dele, dura pouco mais de 40 segundos. O suficiente para gerar uma imensa repercussão, alçando Izabela ao semiestrelato, que lhe valeu aparições em programas de TV vespertinos, cobrança de cachês de R$ 2.500 por entrevistas e inúmeras especulações acerca de ensaios sensuais.
Fred não guarda boas recordações do episódio. "O que me chateou naquele vídeo foi a exposição desnecessária, tanto a minha quanto a da garota. Acho que não era para tanto", diz.
Mineiro de Teófilo Otoni, o jogador hoje mora na zona sul do Rio de Janeiro. Ao contrário da maioria dos colegas boleiros, que preferem a Barra da Tijuca, o atacante fixou residência no Leblon e costuma frequentar restaurantes finos da região, como o Victória ou o Antiquarius.
O gosto de Fred pelos bares e restaurantes da zona sul, contudo, já lhe rendeu alguns problemas. Às vésperas de um jogo contra o Internacional pelo Campeonato Brasileiro de 2011, o jogador foi perseguido por torcedores do Fluminense após ser visto saindo de um bar.
O episódio quase abreviou sua carreira no clube carioca, tal foi a irritação do jogador. "As pessoas esquecem que também temos horas de folga, que temos família e direito ao lazer, como qualquer pessoa normal", diz o atacante. "Se veem o jogador em um restaurante, quando o time não ganha um jogo, já chamam de cachaceiro, de baladeiro."
E Fred ganha muito. Hoje em dia, vive um grande momento no Fluminense e promete repetir a dose na seleção brasileira. Mas não foi sempre assim. Ele quase não virou profissional por causa de problemas de disciplina, dentro e fora do campo. No time de juniores do América de Minas Gerais, time que o revelou, sua dispensa era tida como certa pelo corpo técnico do clube.
Fred precisou de apenas três segundos e 17 centésimos para mudar o rumo de sua carreira. O América-MG enfrentava o Vila Nova-GO pela Copa São Paulo de Juniores, talvez a maior vitrine para jovens jogadores no Brasil.
O árbitro autorizou o início da partida e o atacante chutou no gol, do meio de campo mesmo, sem cerimônia. A bola entrou.
O jogador entrou para a história como o autor do gol mais rápido do mundo até então. O lance ganhou os noticiários e o atacante virou celebridade. O jogo acabou em 5 a 1 para o Vila Nova, mas disso ninguém se lembra.
O que ficou da partida foi Fred. Promovido ao time profissional do América-MG, ele ainda passou pelo Cruzeiro e pelo Lyon, da França, antes de chegar ao Fluminense em 2009.
Dez anos depois do gol que o consagrou, Fred hoje veste a camisa nove da seleção brasileira, que já foi de Ronaldo Fenômeno.
"Estou pronto para encarar o que vier pela frente", diz o jogador. "Estou no meu auge, acredito muito que tudo vai dar certo", completa. Se depender da confiança do atacante e do apoio das "frednáticas", a artilharia da Copa do Mundo de 2014 já tem dono. E o nome dele é Fred.
ASSISTA AO VÍDEO DE FRED BEIJANDO A FÃ:
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