Fábrica na Tanzânia ameaça fuga de flamingos e tradição Maasai
Nuvens de coloridos flamingos são uma vista comum nos lagos de Rift Valley, no leste da África. Além disso, os montes de barro onde eles depositam seus ovos são encontrados apenas nessa região.
Na área, onde há vilas do povo Maasai, aos pés do vulcão Ol-Donyo Lengai (Montanha de Deus, na língua deles), o turismo é a principal fonte de rendimentos.
No entanto, o governo da Tanzânia está determinado a retomar planos de construir uma fábrica de carbonato de sódio na região dos lagos.
O presidente, Jakaya Kikwete, disse que espera um grande avanço na economia com a nova fábrica.
A Sociedade Real para a Proteção de Pássaros (RSBP, na sigla em inglês) estima que três quartos da população mundial de flamingos-pequenos vivem e fazem seus ninhos no leste da África.
Ambientalistas locais dizem que a infraestrutura toda para a fábrica, incluindo também os encanamentos a montar, vão afetar os pássaros. "Algum distúrbio já é suficiente para espantar toda uma colônia", disse a RSPB.
Assim, Lemra Kingi, que cuida de um escritório de turismo na vila Engaresero, diz que, pelo receio das aves fugirem, não aprova a ideia da fábrica.
Sarupe Koileken, oficial da área de gado, disse também que teme que tradições locais sejam afetadas caso haja um influxo de trabalhadores de fora. "A população aqui é 95% de Maasai", estima ele.
Ainda assim, Lucas Lemole, 23, secretário da associação de guias, disse: "Não sei como a indústria vai reagir, mas queremos os empregos. Teremos empregos, desenvolvimento, um hospital, educação."
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