Médico de Botched aponta seios menores e filtro das redes como tendência nas plásticas
Paul Nassif diz que programa é entretenimento e educacional
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Desde que se popularizaram, as cirurgias plásticas têm seguido tendências variadas que mudam de tempos em tempos. Seja pelos famosos do cinema ou pelas redes sociais, as pessoas optam pelo nariz mais arrebitado, pelo bumbum maior. Até preenchimento de mamilos teve seu momento. Mas, então, qual é a tendência atual?
O cirurgião plástico Paul Nassif, 58, apresentador do programa Botched, do canal E!, há seis temporadas, ao lado do também cirurgião Terry Dubrow, 62, afirma que as próteses de silicone continuam bastante populares, mas menores do que em anos anteriores. A outra tendência seria a busca pelo efeito dos filtros das redes sociais.
"As pessoas ficam encarando seus pequenos defeitos faciais nas selfies. São rugas, papadas que fazem elas recorrem a tratamento para melhorar a pele, colocar botox. O problema é que o uso excessivo de filtros tem provocado 'dismorfia das selfies', quando a pessoa usa filtro demais e passa a buscar essa aparência falsa. É preciso cuidado."
Outra tendência, diz Nassif, e que foi mostrada na sexta temporada da série, é a remoção dos silicones. Segundo ele, algumas mulheres têm optado pelos seios menores para se livrarem de sintomas que elas relacionam às próteses após anos de uso. No programa, as mulheres associam o possível vazamento do gel da prótese a mal-estar e diarreia.
E quando falamos em problemas com cirurgias plásticas nada melhor do que procurar Nassif e Dubrow. Os dois médicos, amigos há mais de 20 anos, se uniram para fazer de Botched, não apenas um programa de procedimentos, mas de correção. Desde 2014, eles arrumam próteses rompidas, narizes tortos e encaram até bochechas de cimento.
"O show é positivo em todos os sentidos. É entretenimento, é educacional e, como médicos, temos a oportunidade de enfrentar os casos mais difíceis do mundo, temos a sorte de trabalhar com eles. Enfrentamos o caso mais difícil de nossas carreiras a cada ano", analisa Nassif em conversa com jornalistas por videoconferência à qual o F5 participou.
"Ensinamos o que não fazer e esperamos, com isso, prevenir pacientes de serem desfigurados, instruindo sobre cirurgia plástica e o que não fazer", destaca ele, que aponta como um "plus" para os telespectadores o registro de sua relação com Terry Dubrow: "Basicamente ele tirando sarro da minha cara", brinca o médico.
QUANDO DIZER NÃO
Apesar de Nassif e Dubrow quererem se desafiar mais e mais e, ao mesmo tempo, ajudar as pessoas, não são todos os casos que eles aceitam. Ainda antes de chegarem ao consultório, os candidatos ao programa passam por avaliação psicológica para determinar se as razões são coerentes e se os objetivos são alcançáveis.
"Isso acontece em Botched, mas acontece também no meu consultório. Pessoas que querem algo ridículo, louco, perigoso ou que não ficará bom. Ou ainda querem uma perfeição que não vão conseguir alcançar. Isso acontece o tempo todo, e você sabe que não importa o que você faça, ele não vai ficar feliz", afirma Nassif.
Ele diz que é preciso ficar atento porque alguns desses casos podem esconder inclusive problemas maiores, como dismorfia corporal, obsessão compulsiva, vício em cirurgia plástica. Nesses casos, as pessoas buscam por procedimentos que não precisam e dificilmente ficam satisfeitos com o resultado, não importa qual seja.
"Tem também os pacientes que gostam de modificação corporal. Eles são em sua maioria bem inteligentes, não têm nenhum problema psicológico, mas gostam de se modificar, com maquiagens, tatuagem, piercings e outras coisas estranhas. Muitos médicos não farão o que eles querem. Nós não fazemos por avaliar que é perigoso."
CIRURGIA VERSUS PANDEMIA
A pandemia do novo coronavírus interrompeu várias atividades de trabalho e colocou pessoas dentro de casa por meses, o que parece perfeito para uma cirurgia plástica. O coapresentador de Botched Terry Dobrow afirmou a revistas americanas que famosos aproveitam este momento para fazer alguns procedimentos.
Nassif diz que também foi procurado por pessoas para fazer aquela pequena cirurgia que esperavam fazer no intervalo entre dois filmes ou quando tivessem uma folga do trabalho: "Mas eu falei não, não é permitido", afirma o médico. "Até porque aqui em Los Angeles tudo foi fechado muito rápido."
O cirurgião então aproveitou para descansar: "Pensei que fosse odiar ficar em casa, que ficaria louco, mas estou adorando. Depois de trabalhar por 30 anos, incluindo o tempo da minha especialização, essa é a primeira vez em que tenho relaxado com minha mulher, que está grávida, meus meninos, meus cachorros, cuidando da pele, conversando no Zoom."
"Financeiramente, não está sendo bom para ninguém, está afetando toda economia, mas estou buscando o lado positivo. Aproveito esse tempo para dar uma boa respirada de ar fresco", afirma ele, que apesar do descanso, estreou na TV brasileira com episódios inéditos da sexta temporada justamente na pandemia.