Karina Bacchi vira ombro amigo de mulheres que sofreram abusos em novo programa
Apresentadora comanda 'Melhor pra Elas', na RedeTV!
Inspirado em um programa australiano, a atriz Karina Bacchi, 42, comanda, a partir deste domingo (28), o "Melhor pra Elas", na RedeTV!, sobre o empoderamento feminino. A ideia da atração é elevar a autoestima de mulheres que já passaram por diversos problemas em seus relacionamentos.
Quatro mulheres vão morar juntas em uma casa no Morumbi, na zona oeste de São Paulo, onde passarão por atividades, bate-papos e experiências de vida marcantes. Todas elas vivenciaram histórias de amor marcantes e estão solteiras agora, sem saber se querem novamente encarar um relacionamento.
O ambiente vai servir para que essas mulheres possam falar abertamente –e com ajuda de especialistas– falar sobre suas angústias, medos e receios. A condução do bate-papo e das atividades na casa será de Karina Bacchi, que será como "um um ombro amigo para os desabafos, conselhos e histórias".
Ao todo serão seis episódios, exibididos semanalmente depois do programa "Encrenca", na busca de autoconhecimento, liberdade e independência dessas mulheres que representam uma boa parte da sociedade brasileira.
"Eu me sinto representada por elas. Não imaginava me enxergar nelas. A gente sempre acha que o outro tem uma história de vida diferente, e o que eu aprendi é que sempre podemos aprender com elas e que devemos nos unir e nos empoderar no melhor sentido”, diz Bacchi.
Em muitos momentos, diz Bacchi, foi difícil tirar de cada uma um relato sincero e do fundo do coração. “Nós já sabíamos das histórias, mas na hora do ‘gravando’ não queriam se mostrar tão frágeis. Tivemos conversa do tipo: ‘eu mesma estou me abrindo agora e preciso que vocês se abram’. Foi um trabalho em conjunto até elas se sentirem à vontade para poder se transformar."
Karina Bacchi diz ainda que, por morar ao lado de onde aconteceram as gravações do programa, tomava café com as meninas para conversar e ganhar a confiança delas e deixá-las mais à vontade. As participantes têm histórias duras e que podem e devem levar a reflexões. Todas vêm de relações problemáticas e marcantes negativamente.
Lúcia Ferreira, 30 , modelo e promotora de eventos, foi traída. Paloma Malta, 26 , personal stylist de noivas, é uma menina que veio de Goiás e que tinha um namorado possessivo e ciumento ao extremo. Érika Cris, 32, uma administradora que engravidou de um menino aos 15 anos e sofreu com abandono. E Gabriela Salvador, 30, arquiteta e designer, que teve uma relação conturbada que envolve abuso e agressão.
“São quatro mulheres com personalidades bem diferentes. Nos surpreenderam muito. Conforme os episódios elas vão se transformando e se ajudando no dia a dia. A participação de especialistas as ajuda a se ouvirem mais e umas às outras. A Karina foi determinante e se sentiu à vontade para compartilhar experiências. De quatro viraram cinco”, analisa a diretora, Maristela Mattos.
Claro que os responsáveis pela atração têm ideia de que toda essa exposição pode acarretar em comentários negativos, já que o Brasil é um país misógino e machista. Porém, eles contam que as mulheres continuam sendo monitoradas e atendidas pela equipe de psicólogos do programa.
“Sempre pode haver julgamento, aquela coisa de: ‘ela poderia ter terminado isso antes ou feito diferente’. As pessoas tendem a ter esse julgamento. As participantes foram se moldando e entendendo esse contexto. Disso vem a necessidade de elas se sentirem seguras. Não conseguimos controlar os haters, o que conseguimos é trazer a discussão à tona e mostrar que determinadas opiniões não deveriam ser ditas. No fundo é você estar forte”, opina Ricardo Perez, diretor de criação da Fremantle Brasil.
Conforme forem passando os seis episódios, o público verá as participantes sendo encorajadas a falar de si, a revisitar o passado, a acolher os sentimentos e a resignificá-los. Até alguns encontros serão feitos entre elas e possíveis affairs, porém, não há intuito de fazer com que elas namorem, mas sim de analisar como se comportam em uma nova experiência romântica.
A ideia não é proporcionar uma competição, até porque, no final, todas ganharão. Mas sim mostrar que é possível olhar para o passado e para o presente para projetar um futuro melhor, mais evoluído e sem abusos de nenhum tipo. Que elas possam se libertar das amarras que as prendem em determinada posição para poderem seguir em frente, seja com alguém ou sozinhas.
"Nos momentos em que não me enxergava em alguma situação eu pude ser um ombro amigo. Foi maravilhoso ver a abertura que foram tendo. O principal foi acompanhar a transformação. É algo que vai além de um programa, a transformação da autoestima, do amor próprio que foi sendo revigorado. O Melhor pra Elas vai fazer a diferença e ajudar quem assiste também”, finaliza Karina.