Disney lança série adolescente com 1ª protagonista brasileira e aborda diversidade no meio digital
Personagens chegam à TV com seus perfis próprios no Instagram
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Amor, amizade e redes sociais são temas que costumam ter grande peso no universo adolescente. Para tratar de tudo isso, o Disney Channel lança uma nova produção original nesta segunda-feira (24), às 19h, estrelada por uma brasileira pela primeira vez na história do canal.
Na nova série “Disney Bia”, voltada para crianças de 9 a 12 anos, a mineira Isabela Souza, 21, é a protagonista que dá nome à produção. Além dela, participam os brasileiros Rhener Freitas, 23, e Gabriela Di Grecco, 30. Mas não para por aí: mexicanos, espanhóis, argentinos, equatorianos, venezuelanos, colombianos e até italianos integram o elenco, criando uma mistura inédita.
“É muito legal ter essa diversidade de países, porque aprendemos muito com o idioma de cada um”, diz Souza. Di Grecco acrescenta: “Antes, não falávamos nada de espanhol. Era só o ‘nível sobrevivência’. Mas o idioma nunca foi uma barreira, a gente sempre se entendeu muito bem”. "É uma troca de energia cultural, uma emoção muito grande", completa Freitas.
A produção, que será exibida em toda a América Latina, teve seus 120 episódios (distribuídos em duas temporadas) gravados em espanhol, com poucos trechos em português – em músicas e nas conversas da protagonista com os pais, já que a mãe é brasileira e o pai, argentino. A primeira temporada, com 60 capítulos, será exibida de segunda a sexta-feira.
A trama gira em torno de um grupo de jovens criadores de conteúdo online que vivem conectados o tempo inteiro, e utilizam o espaço “Fundom” para criar novas amizades e um acervo infindável de fotos. Os influenciadores digitais, que contam até com assessores pessoais, são os verdadeiros ídolos para esses jovens e modelos de o que eles querem se tornar. Com esse pano de fundo, eles viverão confrontos, romances e mistérios.
Souza conta que o uso das redes sociais será abordado de duas maneiras na série. "Tem a galera que só quer a fama e a galera que quer simplesmente transmitir o que sente. A gente mostra uma forma de usar as redes sociais para mostrar os nossos sonhos, sem ter que seguir os padrões que a sociedade impõe. A série trata justamente disso: de não permitirmos que os padrões mudem a nossa essência e definam o que a gente é."
A Disney também resolveu lançar a série como transmídia, isto é, os personagens já têm perfis reais no Instagram (a protagonista, inclusive, conta com mais de 21 mil seguidores), que serão alimentados de acordo com a linha do tempo exibida no canal. Além disso, os episódios ficarão disponíveis no YouTube por 48 horas após a exibição na TV.
A linguagem é bastante jovem e mescla gírias norte-americanas como “outfit”, “treding topics”, “selfie” e “game over”. E, no final de cada episódio, há até um “spoiler alert” para o próximo. A ideia é que a trama tenha também um lado musical, como as novelas latinas voltadas para adolescentes, no qual os personagens vão se expressar por meio da dança e músicas.
Souza conta que, apesar da musicalidade ser fator importante da série, a maioria do elenco nunca tinha cantado antes. “Eu nunca havia cantado, foi uma loucura”, diz a mexicana Andrea Del Alba, 23, que interpreta a vilã Carmín.
“O que é interessante é que são vários artistas com diferentes capacitações em cada área. Por exemplo, a Andrea tem uma história incrível com a dança. A série é muito democrática nesse sentido, busca explorar o melhor de cada um e dá um protagonismo para o personagem nessa área”, completa Di Grecco, acrescentando que houve um treinamento artístico para todos do elenco.
DIVERSIDADE
A diversidade foi uma das principais preocupações na construção de "Disney Bia". Daisy (Micaela Díaz), por exemplo, não segue os padrões de magreza e, mesmo assim, é uma excelente bailarina. Pietro foge da neutralidade da moda masculina e ousa com camisetas coloridas, enquanto Pixie é uma especialista em tecnologia digital que desafia os gêneros com seu visual andrógeno.
Carmín, que é uma das principais personagens, tem traços orientais. “Fugimos dos estereótipos”, conta a sua intérprete, Del Alba. “Tem diversidades de todos os tipos para que pessoas de todas as partes do mundo possam se identificar com os personagens. E não só na aparência física. Na questão de que cada personagem tem uma história muito boa para contar."
Di Grecco diz que a série celebra a diversidade independente de gêneros, orientação sexual ou a língua que se fala. “Haverá sempre algum arco de personagem com que o espectador vai se identificar. Vejo que a série tem uma história que não são só crianças ou adolescentes vão se entreter. Vejo pais entretidos; é uma série para toda a família."
“A série tem uma canção com uma frase muito boa, que é: ‘Somos iguais e tão diferentes’. A série quer abraçar isso, que todos somos iguais, mas temos nossas coisas, nossas formas de se expressar”, completa o espanhol Julio Peña, 20, que vive Manuel, par romântico da personagem Bia.
Di Grecco ainda chama a atenção para a diversidade entre países: “No entretenimento, havia muita separação entre os países da América Latina. Hoje, eu vejo tudo como uma coisa só.”