Globo exibe beijo gay no mesmo dia que Supremo tem maioria a favor de criminalizar homofobia
"Viva a diversidade! Viva o amor', diz Bruno Garcia, um dos atores da cena
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Na noite desta quinta-feira (23), horas depois de o Supremo Tribunal Federal formar maioria (seis votos) para enquadrar a homofobia e a transfobia na lei dos crimes de racismo, a Globo exibiu um beijo gay na série "Sob Pressão".
No programa, que aborda as dificuldades da saúde pública no país, o beijo acontece entre o médico Décio (Bruno Garcia) e Kleber (Kelner Macêdo), paciente soropositivo que é atendido por ele no hospital onde se passa a trama.
Inicialmente, Décio tenta se esquivar. "Você parece ser um cara legal, mas é meu paciente. Existe um código de ética médica que eu tenho que seguir. Me desculpa". Kleber, no entanto, não aceita a resposta e lembra que já recebeu alta. Na sequência, os dois se beijam.
Na noite desta sexta-feira (24), o ator Bruno Garcia comemorou a decisão do Supremo e falou sobre a cena. "Ontem [quinta, 23], o STF formou maioria para tornar crime a LGBTfobia no país, enquanto o Congresso não debate o tema. No mesmo dia foi exibida no seriado Sob Pressão #SobPressao uma delicada cena homoafetiva entre Dr. Decio e Kleber (@kelnermacedo) que encantou o público e provocou carinhosos elogios. A sociedade precisa se manter firme na defesa da população LGBT, contra a violência e o preconceito. Viva a diversidade! Viva o amor!"
Em entrevista ao site GShow, Garcia comentou que fazer a cena foi um desafio "dramatúrgico maravilhoso". "A gente conversou bastante sobre essa questão de que a gente está fazendo um seriado que é realista. Não tem discussão: 'Vamos dar o beijo e é isso, vamos só cuidar para que a cena seja delicada e não pareça apelativa'. A Rebeca Diniz, diretora, mandou muito bem. Aquele plano-sequência é lindo, com uma atmosfera de verdade para tocar as pessoas de uma maneira geral", completou o ator.
Outros famosos como Ivete Sangalo e Pabllo Vittar também comemoraram a decisão.
No julgamento de quinta-feira (23) no Supremo, votaram pela criminalização da homofobia os ministros Rosa Weber e Luiz Fux. Já havia no STF outros quatros votos a favor da medida, proferidos em fevereiro pelos ministros Celso de Mello, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Nesta quinta, votaram os ministros Rosa Weber e Luiz Fux, formando a maioria do plenário.
O julgamento deverá ser retomado no próximo dia 5 de junho. Faltam os votos de cinco ministros: Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e o presidente da corte, Dias Toffoli.
Estão em julgamento dois processos que pedem que o STF reconheça a omissão do Congresso ao deixar de criminalizar a homofobia. Os autores são a ABLGT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais) e o PPS, que acionaram o tribunal em 2012 e 2013.