No mês das mulheres, relembre personagens em novelas que inspiram e propõem reflexão
Gabriela, Tieta, Jeiza e Elisabeta são algumas delas
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Em 1983, Fernanda Montenegro apareceu na Globo como a feminista Charlô, que, destemida, propunha uma aposta ao primo Otávio (Paulo Autran, 1922-2007): ela e sua equipe, formada só por mulheres, teriam cem dias para elevar os lucros da rede de lojas de roupas herdada por ambos. Era o início de “Guerra dos Sexos”, novela de Silvio de Abreu, sucesso no horário das 19h da emissora.
Anos mais tarde, em 1988, a jornalista Solange Duprat, em papel de Lídia Brondi, chocava os amigos em “Vale Tudo” (Globo) ao anunciar que teria um filho sozinha, sem pai. Uma produção independente.
E o que dizer de Jeiza (Paolla Oliveira), policial militar e lutadora de MMA, que mostrou em “A Força do Querer” (Globo), de 2017, que a mulher pode ser, sim, o que ela quiser.
São muitos os exemplos de personagens femininas na TV brasileira que inspiram e propõem reflexão. Assim como na vida real, na ficção elas enfrentam também a desigualdade, a violência doméstica e o preconceito.
Longe de ser a mocinha tradicional, Xica da Silva (Taís Araujo), na trama de mesmo nome da Manchete (1996), usa de todas as armas para vencer a escravidão e o racismo. Já “Gabriela”, personagem icônica de Sonia Braga inspirada no romance de Jorge Amado (1912 - 2001), tem uma natureza livre e não deixa de ser quem é, apesar de todo o falso moralismo de uma cidade baiana dominada por um coronel autoritário.
Em outra adaptação de um livro de Amado, Tieta (Betty Faria) volta para Santana do Agreste para se vingar de toda a hipocrisia da cidade, de onde tinha sido expulsa 25 anos antes pelo seu comportamento liberal para a época.
Há também as personagens batalhadoras Maria do Carmo (Susana Vieira), de “Senhora do Destino” (Globo, 2004), e Griselda (Lilia Cabral), de “Fina Estampa” (Globo, 2011). Ambas são abandonadas pelos maridos e criam os filhos sozinhas. Maria do Carmo é bem-sucedida, mas enfrenta a dor de ter a filha roubada por Nazaré Tedesco (Renata Sorrah) –a vilã, apesar das maldades, dá show de autoestima em cenas que já entraram para a história da TV.
Já Griselda trabalha como faz-tudo, uma espécie de "marido de aluguel" e por isso é chamada na trama de Pereirão.
Outros destaques são as jovens Empreguetes (Taís Araujo, Leandra Leal e Isabelle Drummond), de “Cheias de Charmes” (Globo, 2012). Empregadas domésticas, elas superam o preconceito e se tornam estrelas da música.
Já em "Orgulho e Paixão" (Globo, 2018), Elisabeta (Nathalia Dill) é uma mulher a frente do seu tempo, que luta pelo direito de poder trabalhar e se casar por amor –e não por conveniência.