Qual o tempo ideal para um bom sexo? Não há regras nem parâmetros
Cada pessoa é de um jeito e existem outros estímulos prazerosos eficientes
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Uma pesquisa de 2005 feita com uma amostra de 500 casais de cinco países concluiu que o tempo médio de uma relação sexual é 5,4 minutos. No entanto, podemos pegar essa pesquisa, tacar no lixo e atear fogo, pois ela define sexo apenas como algo que começa com a penetração vaginal e termina quando o homem ejacula. Não incluiu o tempo de estímulos como dedada e oral, que talvez você esteja acostumado a chamar de preliminar, mas é sexo mesmo.
Já uma pesquisa de 2020 analisou dados de 645 mulheres heterossexuais em relações monogâmicas e estáveis e concluiu que a MÉDIA de tempo necessário para que elas atingissem o orgasmo é de 13,4 minutos.
O que isso quer dizer? Que algumas pesquisas são muito mal feitas e alguns cientistas são falocêntricos. Que outras pesquisas são mais cuidadosas, mas que, ainda assim, uma média é uma média e não deve servir como parâmetro. Algumas pessoas podem conseguir gozar em três minutos durante uma relação sexual e ficarem satisfeitas com isso, outras podem precisar de muito mais tempo.
E isso tudo pode variar dentro de um mesmo corpo. Se eu estou ovulando e transando com um parceiro por quem sinto tesão e com quem tenho conexão, talvez demore pouquíssimos minutos. Se estou numa fase introspectiva e fico com alguém que não encaixa, talvez o orgasmo nunca chegue.
Quando eu tomava o antidepressivo sertralina, meu parceiro da época (que tinha vários defeitos mas a quem não posso atribuir falta de dedicação) às vezes ficava com a mandíbula dolorida e o punho cansado de tanto tempo que demorava. Nessa época eu não tinha tido acesso à magia dos sugadores de clitóris, me masturbava com meus dedos e era um lance tão demorado que eu quase tive tendinite.
Como a escritora Sueli Feliziani comentou dia desses no Twitter, buceta não é macarrão pra ter tempo certo. E nem pau, diga-se. É que estava rolando um concurso entre alguns homens da rede. Um dizia que ficava 45 minutos lambendo xereca, outro foi lá dizer que se demorava tanto tempo é porque ele não era competente, afinal todo bom buceteiro que sabe o que está fazendo tá ligado que em dez minutos a mulher já está subindo pelas paredes implorando para que ele comece a meter.
Tenho que avisar: se você está chupando muito bem, o mais provável é que a gente não peça pra parar e queira que você continue até a gente gozar na sua cara. Sim, sim, existe quem goste mais de penetração e queira aproveitar a excitação que o sexo oral proporciona como ponto de partida pra gozar com a meteção.
Mas, em geral, quando a gente interrompe a chupada é porque o cara estava fazendo delivery no lugar errado. Também existe a possibilidade de a pessoa achar o estímulo oral divertido, mas só conseguir gozar com os dedos (esse órgão sexual tão importante e tão esquecido).
Um problema dessas discussões e competições é que elas ignoram o básico. Corpos são diferentes e um mesmo corpo pode fluir muito de acordo com o estado emocional, etílico, hormonal. Um bom parceiro sexual não é o que faz a outra pessoa gozar em dois minutos, é aquele que consegue se conectar e se comunicar para entender o jeito e o tempo de quem está com ele.
pesquisa 1: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16422843/
pesquisa 2: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1743609520300308