BBB 23: Facções de fãs podem estragar mais esta edição do programa
Cactos, os admiradores de Juliette, fizeram mutirão para eliminar Paula
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Desde que o paredão desta terça-feira (14) do Big Brother Brasil foi definido, no domingo (10), as enquetes online apontavam uma disputa acirrada entre Paula e Bruno Gaga. Os dois se alternaram no primeiro lugar da rejeição dos eleitores, e a tendência era que o farmacêutico fosse eliminado – por pouco.
Mas não foi isto o que aconteceu. Paula recebeu 72,5% dos votos, a maior porcentagem desta edição até agora. Não é raro que essas enquetes, feitas sem nenhum método científico, errem o percentual de votos que cada emparedado receberá. No entanto, elas costumam apontar corretamente quem sairá do jogo. Um caso como o desta terça é um ponto fora da curva.
A que se deve tamanha discrepância? Aos "cactos". Aos fãs de Juliette, vencedora do BBB 21. Eles não perdoaram uma fala de Paula, proferida durante um Jogo da Discórdia em janeiro. Naquela ocasião, a biomédica acusou a rival Amanda de estar com "síndrome de Juliette", fingindo-se de vítima para conquistar a simpatia do público.
Os admiradores da cantora paraibana, que já haviam dado uma demonstração de força em 2021 ao defenestrar o popularíssimo Gil do Vigor e abrir caminho para a vitória de Juliette, fizeram um mutirão para tirar Paula do BBB 23. Conseguiram, e depois foram celebrar nas redes sociais.
A Globo deve ter ficado contente com este movimento. Sem ele, o total de votos desse último paredão seria ainda mais baixo. O placar final contabilizou pouco mais de 34 milhões de votos – uma queda brusca desde a semana passada, que registrou 47 milhões. Vai longe o resultado fabuloso do paredão entre Manu Gavassi, Felipe Prior e Mari Gonzalez no BBB 20, que bateu o recorde mundial do formato com mais de um bilhão e meio de votos.
Ou seja: sem os "cactos", essa votação seria um fiasco ainda maior. Um sinal inequívoco de que esta edição do reality vem despertando poucas emoções, pró ou contra.
Mas a presença de uma facção –é assim mesmo que os "cactos" se autodenominam– pode ser ainda mais prejudicial ao programa. Essas milícias digitais alienam o espectador médio e acabam dando a vitória não ao favorito do público, mas ao brother que amealhou a torcida mais fanática.
Foi o que aconteceu no BBB 22, quando os fãs de Arthur Aguiar deram o grande prêmio ao ator. Pelo jeito, só eles gostavam do rapaz. Arthur praticamente sumiu da mídia depois de vencer o reality, ao contrário de suas antecessoras imediatas, Juliette e Thelma Assis.
A Globo está mais do que ciente do risco que essas facções representam para a longevidade do BBB. Tanto que, para o grupo Camarote deste ano, só escalou celebridades nem tão famosas assim. Nenhuma delas chegou à casa já com uma legião de fãs a tiracolo.
Mas não há o que fazer quando uma facção já existente decide "vingar a honra" de seu ídolo. Foi o que aconteceu nesta terça, quando o eliminado "de direito" deveria ter sido o chatíssimo Bruno Gaga.
Ele ganhou pelo menos mais uma semana de sobrevida. E o Big Brother Brasil, quantos anos ainda têm? Pelo andar da carruagem, não muitos.