Gkay revela vocação para subcelebridade ao reagir com lágrimas a piada de Fabio Porchat
Se não souber rir de si mesma, comediante jamais será do time dos grandes
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Em plena semana entre o Natal e o Réveillon, um período em que escasseiam as notícias do showbiz, fomos presenteados com uma treta inédita entre dois jovens e bem-sucedidos humoristas brasileiros.
De um lado, Fabio Porchat, sócio-fundador do grupo Porta dos Fundos, roteirista premiado com o Emmy e estrela de vários programas e séries que ele mesmo criou. Do outro, Gkay, apelido de Gessica Kayane Rocha de Vasconcelos, que conquistou milhões de seguidores na internet antes de se aventurar por outras mídias e se notabilizar por sua festa anual, a Farofa da Gkay.
Como todo mundo sabe a essa altura, Porchat insinuou que Jô Soares preferiu morrer a ter que entrevistar Gkay, durante a entrega do prêmio Melhores do Ano, exibida pelo Domingão com Huck (Globo) no último domingo (25).
A comediante imediatamente reclamou em suas redes sociais, dizendo que estava aos prantos e que Porchat havia estragado seu Natal. Foi o que bastou para os internautas se dividirem. A maioria prega o cancelamento de Porchat, o que forçou o humorista a interromper suas férias e divulgar um vídeo se explicando.
Eu faço parte da minoria. Acho que Gkay está errada, muito errada, ao se fazer de vítima e reagir com lágrimas a uma simples piada. Afinal, ela também trabalha com humor, e deveria ser a primeira a defender o direito de se tirar sarro do que quer que seja. Resumindo: não sabe brincar, não desce para o play.
O que ensejou a piada de Porchat foi a desastrosa entrevista que Gkay deu a Tata Werneck no Lady Night (Multishow). Até hoje, só ela e Fiuk se deram mal no programa, que já está na sétima temporada. O filho de Fábio Jr. não quis embarcar nas brincadeiras propostas pela apresentadora. Já Gkay tentou competir com Tata. Quis ser a mais engraçada, a mais atrevida, e acabou sendo apenas chata.
Acontece. Nenhum artista brilha o tempo todo, em todas as situações. O próprio Porchat lembra, em seu vídeo, de uma constrangedora participação que fez no extinto programa de Ronnie Von na TV Gazeta. Também ressalta uma qualidade que todo humorista profissional deveria ter: a capacidade de rir de si mesmo.
Gkay, pelo jeito, não tem. Ao dizer que está cansada de ser chacota, ela demonstra que não tem estofo para entrar no time dos grandes. Jamais fará parte do clube frequentado por Chico Anysio, Marcelo Adnet, Berta Loran, Golias, Ingrid Guimarães, Paulo Gustavo e pelos próprios Porchat e Tata. E Jô Soares, é claro –que riria da piada envolvendo seu nome, com certeza.
Adepta de um estilo de humor meio cafajeste, que expõe a intimidade alheia, Gkay não combina com o papel de donzela humilhada. Sua Farofa, mistura de evento corporativo com orgia, tampouco ajuda sua carreira a ultrapassar o estágio de subcelebridade. E ainda há dezenas de relatos sobre seu comportamento de diva em bastidores e sets de filmagem.
Não sou fã de Gkay, mas reconheço que ela tem talento e determinação. Falta-lhe um pouco de orientação profissional: ela poderia contratar um profissional para reposicioná-la no mercado e ressignificar sua marca.
Caso contrário, ficará para sempre presa a um nicho, incapaz de atingir as pessoas que, todo ano, ainda se perguntam quem é essa moça de nome engraçado que dá uma festança de três dias.